Acabo de assistir uma reportagem no Jornal Nacional, dizendo que um dos quesitos que mais reprovam candidatos a vagas de emprego é justamente a nossa Língua Portuguesa.
Até mesmo universitários dos cursos de Jornalismo escorregam na hora de redigir em Português, mesmo falando inglês fluentemente. Cometem erros de ortografia, entre outros.
Um dos estagiários, que conseguiu emprego, é um leitor assíduo, pois lê no ônibus, no caminho para o trabalho, lê em casa, ou seja, tem o hábito da leitura, que para ele é um prazer.
Este é um dos grandes desafios da escola: tornar a leitura um hábito! Não apenas a leitura cobrada pelo professor, a leitura para estudar, a leitura obrigatória, mas e também, a mais prazerosa, a leitura sem compromisso. Uma das professoras entrevistadas orientou que o futuro leitor pode começar lendo textos sobre assuntos que gosta, por exemplo, se gosta de carros, que leia revistas, matérias de jornal sobre o assunto.
Mas o que dizer daqueles que se negam a ler? Até ano passado, em sala de aula, realizava, no início de minhas aulas, uma leitura de textos indicados pelo material que usava. Nas primeiras aulas até vi resultado, entretanto com o passar das aulas, deixou de ser novidade, eu, teimosa, lia, mas cada vez mais alto, porque não chamava mais atenção. O que chamava a atenção dos adolescentes? Passar batom, se olhar no espelho, ouvir música, conversar com o colega, falar ao celular. Não pensem que o celular era liberado, pelo contrário, seguindo orientações da Direção, há uma lei que proíbe uso de celulares no interior de escolas, pedia o celular, dizia para o aluno que eram as normas da escola, anotava o nome do dono, no horário do intervalo ou saída deixava o objeto com a Diretora ou Vice.
Pelo jeito esta renúncia à leitura, à aprendizagem que ela proporciona não é apenas coisa de adolescentes. Temos no Brasil jovens saídos dos bancos universitários que, na sua trajetória, valorizaram mais o aprendizado de uma língua estrangeira em detrimento da NOSSA Língua Portuguesa. Nossa sim! Esta Língua que falamos, que aportou aqui, vinda de Portugal, nestas terras tupiniquins cresceu e deu frutos, muitos, abriu-se para outros mundos, outras línguas, enriqueceu-se com o francês, o inglês, as línguas afro, ainda continua se enriquecendo, se renovando, se reinventando.
Como sorver tanta inovação, transformação? Lendo. Lendo muito, lendo todos os dias, tal qual criança sapeca, sentada no banco do ônibus, espichando os olhos curiosos para toda palavra escrita: placa, luminoso, outdoor, nome de loja, nome de gente, placa do ônibus, crachá... a lista é infinita.
O homem que criou o microcomputador, atualmente um dos homens mais ricos do mundo tem uma frase muito interessante sobre leitura:
“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.” (Bill Gates)
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