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Mostrando postagens de setembro, 2010

João Delfiol Construções

João Delfiol Construções

RETROSPECTIVA DO BLOG

Criado com o Padlet

História de Aninha

Aninha era uma criança, como tantas outras crianças pobres, que nas cidades grandes existem aos milhares nas periferias. Como todas elas também frequentava escola. Como todas elas também não tinha muitos livros em casa, seus pais não liam jornais, revistas, porque ter acesso a isso significaria deixar de comprar todo mês três pacotes de arroz, ou ainda cinco pacotes de feijão de dois quilos, o que para eles seria impensável, porque a família era composta de pai, mãe, três crianças, ela, Aninha, era a mais nova. Ela lia na escola. Lá ela tinha acesso aos livros. Didáticos. Esses ela levava para casa, utilizava para fazer as lições da escola. Nesses livros havia algumas histórias completas, porém outras tinham somente parte delas, isso a deixava frustrada. Cadê o final? Como seria? O que aconteceria com os personagens? Aninha morava em um bairro, como muitos das periferias das grandes   cidades, onde não havia parques, praças, cinemas, teatros, bibliotecas. Ela só ia ao teatro nas po

Amigos-irmãos, irmãos-amigos

Há pessoas (estranhas) que vêm para nossa família. Essa vinda que deveria servir para trazer felicidade, agregar pessoas, trazer novas pessoas ao mundo, unir famílias... que pena! Nem sempre isso acontece! Em geral essas “vindas” acontecem por motivos como: casamento, ou opção de morarem juntos, enfim, o nome, não importa muito. Acho que as convenções não importam muito. Há um bom tempo se vêem casais, que se casaram, como se dizia “no civil e no religioso”, mas que não duraram nem um ano, as vezes meses. Há também aqueles casos, em que o casal continua juntos, dizendo que é por causa dos filhos, as vezes mal se olham, outras vezes se olham e se desrespeitam, se xingam. Essas pessoas por causa de suas frustrações, acabam por passar esse ódio, esse horror às crianças, fazendo um tipo de “alienação parental”, mas envolvendo os outros familiares: mãe, irmãos, cunhadas... Assim vai afastando a sua família (marido e filhos) da convivência com a mãe e avó, irmãos e tios... Isso por anos a fi

Minha cidade

Terra Rica, minha cidade Minha Terra Terra vermelha, terra dos pés vermelhos Rua da minha infância: Avenida Euclides da Cunha Grande escritor, sertanista, ícone da Literatura rua tão abandonada esburacada, grandes vossorocas pinguela sobre elas para entrar em casa Vossorocas: labirintos das brincadeiras de meus irmãos, primos e amigos Casa grande, velha, de madeira Quintal grande: mais duas casas, frutas, horta feita pela minha mãe: cenouras, cebolinhas alfaces orgânicas comidas fresquinhas sem lavar! Terra Rica, terra de José Rico “batizado” pelo Padre Eduardo, que também me batizou e a tantos outros terrariquenses ilustres ou não Padre de sorriso fácil, batalhador pelas causas sociais criou o hospital, capelas, usina para iluminar a vida de ricos e pobres assim: democraticamente. Inovador, homem de visão. Nesta Terra vivi muitos anos Família reunida, grande, muitos primos e tios. Estudei nos anos da Ditadura E o retrato do Emílio (General) na parede Nos olhando seriamente, nos vi

Super heroína: minha mãe

Pela nossa vida procuramos modelos, ídolos, heróis com super poderes, mas não vemos os heróis e heroínas ao nosso redor. Quem são? Onde se escondem? O que fazem? Minha mãe é uma dessas pessoas: uma heroína! Por vários motivos, por isso falarei de alguns deles. Retirante, aos 19 anos, em uma viagem muito longa, com quase toda família, deixou o interior do Pernambuco, Serrita, veio para o interior do Paraná, Terra Rica, naquele tempo ainda distrito de Paranavaí, pequenina, ruas de terra, casas de madeira, o mato sendo desmatado. Vida dura, sem conforto! Casou-se aos 21, em um ano já tinha seu primeiro filho, enfrentava diariamente os desafios da primeira maternidade, os problemas com o marido, rude, mas trabalhador e honesto. Dois anos e pouco depois do primeiro filho, já tinha o segundo, mais dois anos, o terceiro filho, mais dois anos: eu nasci. Nesta época ela tinha dupla jornada: na roça trabalhando na enxada ao lado de meu pai (dos filhos pequenos) e quando chegava em casa, ainda t