Final de ano. Sem querer
acabamos pensando nesta época. Encontros, reuniões. Amigos, colegas de
trabalho, família. Amigos secretos, happy hour, festas nas empresas.
Acabo pensando na minha
família. Quando criança, por alguns anos, vivemos as reuniões grandes,
barulhentas, de tios e suas famílias, muitas crianças, a preparação do almoço
do natal começava no dia anterior. No sítio era assim. Na véspera se matavam os
frangos, porcos, limpava tudo, temperava para o dia seguinte.
No dia tão esperado nos
reuníamos em um dos sítios de um dos tios, onde se reuniam todos para o almoço.
Muita gente! A comida esperada deste dia. A bebida. Sim, porque eram tempos
difíceis e certas coisas só eram permitidas nestas festas de final de ano.
Com o passar do tempo, pela
necessidade de buscar condições melhores de vida, pois os filhos crescendo,
também começaram a buscar seus destinos, as famílias foram se separando. As
reuniões numerosas e barulhentas acabaram. Cada núcleo familiar se reunia com
os seus. Nada mais de tios e primos.
Por cerca de 10 anos minha
família, passou a se reunir em minha casa. Almoços de domingo, almoços de
natal. Eu cozinhava, montava a mesa, via meus irmãos, sobrinhos, cunhadas, a
maior parte da família, reunidos diante da mesa, retirando sua comida,
elogiando os pratos, comendo, conversando. De novo esta agitação tão gostosa!
Nova mudança foi preciso!
Ainda tentamos nos reunir. Praticamente todos os irmãos casados, com filhos,
sogras e sogros. Dificuldades de se reunir a família toda. A distância,
horários de trabalho de cada irmão, necessidade de se passar um período com
sogros...
Acho que os natais por aqui,
em minha casa, começarão a ficar mais tristes. Sem a presença de meus irmãos,
sem meus sobrinhos e sobrinhas correndo pela casa, sem a reunião ao redor da
mesa, sem o barulho das conversas. Nós, descendentes de italianos, em geral
falamos alto, gesticulamos muito.
Se isto de fato se confirmar
será meu primeiro natal somente com meu esposo, eu e minha mãe. Eles também são
essenciais na minha vida, mas cada um de meus irmãos, cunhadas, sobrinhas,
sobrinhos são proprietários de um pedaço de meu coração, de minha história. Até
mesmo o bebezinho mais novo da família, que nasceu há cinco meses, mas parece
que sempre esteve presente em nossa família, sentimento este compartilhado por
todos.
É isto. Minha família é essencial
para mim. Impossível continuar escrevendo, pois as lágrimas rolam pelo meu
rosto...
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