Há dez
anos e alguns meses eu chegava à Supervisão de Ensino. Após ter realizado uma
inscrição e me candidatado em um processo, que ocorria anualmente.
Fiz
minha inscrição sem ter muita certeza se iria ou não. Havia atuado em uma
Diretoria de Ensino, mas em trabalho essencialmente pedagógico, onde atuei por
cerca de treze anos com formação de professores.
Esta
fala da “Clô” foi decisiva para mim.
Realmente
assim foi. Fui, sem saber quase nada, pois era um setor diferente das
experiências, que tinha tido até então. Com uma burocracia diferente, com
rotinas de trabalho diferentes. Tive
sorte, pois era um período um pouco mais tranquilo, no qual, mesmo com muito
trabalho, conseguíamos fazer as visitas escolares em duplas, trios, assim eu via,
ouvia, ajudava e aprendia.
Quando
precisava minha Dirigente Regional de Ensino, na época, Regina Bergamasco, me
chamava até seu gabinete para me orientar a respeito da escrita dos termos de
visita, como só um bom professor sabe fazer, afinal era um gênero textual, que
não fazia parte da minha rotina profissional até então.
Muitos
me ajudaram neste início, onde tudo era totalmente novo e desconhecido: Meire,
Denise(s), Rosilene, Regina Littério, Clô, Magali, Ana Cristina, Nazareth,
Maria Elvira.
Cada
uma contribuiu, de alguma forma, no meu crescimento profissional!
Outras
e outros, no decorrer destes dez anos e pouco, também me ensinaram e também
aprenderam comigo: Jorge Fiamengui, Lourival Minhoni, Sílvio V. de Miranda, Ana
Paula, Paula Ouchi, José Carlos, Rose Plens, Mario, Glauce...
Esta
semana relembrei um pouco disto por um motivo muito especial para mim.
Fui
até o protocolo retirar um documento de uma escola para responder. A Lucilene
me atendeu. Enquanto eu via o documento, assinava a relação de remessa, ela
começou, com o jeito tímido e voz calma, a falar de mim.
Ela
contou que, antes de trabalhar no setor público, não sabia como era o
funcionamento de um órgão público. Prestou o concurso público. Foi aprovada.
Tinha muitas dúvidas e não sabia onde encontrar as informações, que precisava
para poder dar andamento na sua vida e poder assumir o cargo. Desta forma ela
sempre ligava na Diretoria de Ensino, que eu a teria atendido algumas vezes,
ensinado várias coisas, que a ajudaram neste início anterior à posse no cargo.
Que eu tinha falado a respeito de onde procurar as publicações a respeito do
concurso, de como poderia fazer a busca, como e onde deveria buscar e ler estas
informações.
Respondi
que isto, de ficar explicando, é coisa de professor, mas que também aprendi
muito a “especular” as pessoas para entender o que elas precisam, para então
poder ajudá-las. Falei também, que aprendi a fazer isto na Supervisão, ir
conversando, investigando e buscando, pouco a pouco, conseguir da própria
pessoa o caminho para ajudá-la. Uma das pessoas, que eu observava, entre
outras, durante seus atendimentos foi a Denise Barros.
Esta “escutatória”,
como chamava Rubem
Alves, não se aprende na escola, nem na faculdade, nem nas melhores
universidades! Muito menos em cursos de formação que, para a Supervisão de
Ensino, são raríssimos! Em mais de dez anos de atuação fiz, no ano passado, um
específico voltado à atuação do Supervisor de Ensino.
Se nunca
tinha feito um curso específico para atuar na Supervisão como aprendi? Aprendi
a fazer fazendo. Aprendi estudando. Sim, porque o estudar é diário! As
legislações e suas alterações são publicadas quase que diariamente. Os
comunicados, as portarias, os boletins, os e-mails, os editais, as mensagens
pelo whatsapp, os documentos orientadores, as lives... e tantas outras informações,
em especial em 2020 com a pandemia, são muito frequentes! Tudo exige leitura
atenta, estudo, trocas de informações e esclarecimento de dúvidas com os demais
colegas Supervisores.
Quando
prestei o último concurso de Supervisor de Ensino, certa vez, um colega me
perguntou se eu não iria fazer um curso preparatório e estudar. Respondi que
não, que estudava diariamente! Que a atuação na Equipe de Supervisão de Ensino
é um estudar permanente!
Havia
feito sim, um curso preparatório, um ano ou dois antes, para o concurso de
diretor de escola.
Enfim,
duas habilidades são necessárias e imprescindíveis na atuação supervisora: estudar
e escutar!
A Clô,
naquele atendimento inicial comigo, me escutou! Ouviu minhas dúvidas, meus
receios, e foi assertiva ao propor apoio, ajuda, e isto fez toda a diferença e
me impulsionou a trilhar este caminho profissional!
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