Fizemos
uma saída fotográfica hoje, cujo objetivo era simplesmente conhecer duas
igrejas. Uma construída em 1.800 e outra mais recente. Fomos para Juquiratiba,
distrito da cidade de Conchas, interior de São Paulo.
Ouvimos
falar desta igreja tão antiga e isto aguçou minha curiosidade. Chegando ao
nosso destino a primeira que vimos foi a Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Uma
construção grande, mais moderna, com torre e relógio. Toda cor de rosa! Se
destaca na paisagem, pois foi construída em um local mais alto, assim se vê de
vários locais do bairro. Estava fechada. Fotografamos por fora.
Fomos
em busca da igreja mais antiga. Não a teríamos encontrado sem a ajuda do Senhor
Sílvio Sebastião, morador do local, que nos indicou a igreja e ainda nos deu
datas de construção desta e de outras igrejas do bairro. Segundo ele a Igreja
de Nossa Senhora de Fátima foi construída em 1954. Antes dela a que existia era
Igreja da Santa Cruz, construída em meados de 1.800. Muito modesta. Em frente à
via férrea da Sorocabana. Próximo a esta existe uma igreja presbiteriana, que
foi construída nos anos de 1.930.
Da
igreja católica mais antiga, hoje desativada, janelas lacradas, sem cruz, sem
sinais de que foi uma igreja. Se parece mais com uma casa abandonada.
Andando
pelo bairro encontramos, perto do campo de bocha, o simpático Sr. Benedito
Fernandes, que se apresentou como “Benê”. Conversou conosco. Nos mostrou o
local, onde ficava a antiga estação de trem de Juquiratiba. Não existe mais a
construção. Somente sinais, de que houve alguma coisa ali. Restos de paredes
pelo chão, uma rampa de acesso.
Sr.
Benê contou que na margem da rodovia havia muitas casas dos empregados da
Ferrovia. Que naquela época, de prosperidade, os funcionários da Sorocabana
trabalhavam com ternos, ternos de linho. Muito elegantes. Funcionários estes,
que atuavam em diversos serviços ligados à estrada de ferro: mecânicos,
telegrafistas, entre outros.
Ele
nos falou também, que cursou até o quarto ano primário, que gosta de História,
Matemática. Estava com um antigo livro de Matemática, surrado, nas mãos, com
diversas anotações. Segundo ele, estava estudando para ajudar as crianças do
bairro.
Conversei
com D. Silvana Ferreira, que ao ver aquelas pessoas estranhas no bairro, se
achegou. Simpática, falou da infância difícil de sua mãe, que aos nove anos
trabalhava para ajudar a vó de Silvana a criar os filhos. Ela relatou, que
Juquiratiba já foi muito próspera. Havia de tudo no distrito: barbeiro, açougue.
Até cinema! Falou com tristeza que agora não tem nada. Que as pessoas vão embora
para outras cidades e não voltam.
Em
meio a esta conversa animada, D. Silvana fala, que mantém contato com um rapaz,
o Juliano, que posta, no facebook, muitas fotos antigas de Juquiratiba. Que
surpresa para mim! Fiquei meio desconfiada. Será que aquela senhora, de cabelos
brancos, usava mesmo as redes sociais? Estávamos entrando no carro, quando ela
sai de sua casa, com um tablet nas mãos, se senta na sombra de uma árvore e diz
“Agora eu nem vejo a hora passar!”
O
encontro com estes moradores tão simpáticos e tão prontos a falar da História
de Juquiratiba enriqueceu nossa visita. Sem eles traríamos somente imagens. Com
eles trouxemos imagens, nomes, datas, relatos. Ricos relatos de pessoas, que
amam este lugar!
Quer
conhecer um pouco Juquiratiba e estes personagens? Veja as fotos!
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Igreja Nossa Senhora de Fátima |
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Igreja da Santa Cruz |
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Sr. Benedito Fernandes - Benê |
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Sra. Silvana Ferreira |
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Trilhos da Sorocabana, que cortam Juquiratiba |
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Sr. Pedro |
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D. Silvana conectada com o resto do mundo |
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Parte da simpática estrada para Juquiratiba |
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