Nos
últimos tempos tenho pensado muito na fugacidade da vida. No quanto corremos
atrás do tempo para realizar as inúmeras atividades profissionais, acadêmicas,
pessoais, bem como no quanto muitas vezes questionamos a utilização deste
tempo, no qual priorizamos estes compromissos em detrimento de outros.
Que
outros? Uma visita a um amigo, que mora em outra cidade, por exemplo. Um
telefonema para um irmão, sobrinho, sobrinha, tio, primo, prima. Sim,
telefonema. Além das palavras a voz, a fala é nosso diferencial. Foram milhares
de anos de evolução para formularmos a linguagem, a fala. Atualmente optamos
por escrever, como estou fazendo agora, mandar e-mail, mandar uma mensagem pelo
whatsapp, do que falar com a pessoa.
Por
que estou tratando disto?
Porque
chega uma época, que eu não queria que chegasse, quando os tios que nos viram
crescer, se vão, morrem, nunca mais os veremos e nem ouviremos suas risadas,
seus conselhos, nem ganharemos um abraço.
Nesta
mesma época, ou pouco tempo depois, vemos amigos, de adolescência e juventude,
que também se vão. Um morreu afogado. O outro em um gravíssimo acidente entre
um carro de passeio e uma carreta. Outro morreu de morte natural, ainda jovem.
Passa um pouco mais de tempo, um pouquinho só, e vemos amigos da vida adulta
nos deixando. Deixando repentinamente. Sem dar adeus, sem dizer tchau, sem um
telefonema, sem um e-mail, sem uma mensagem de whatsapp...
Esta
semana soubemos, nem sei como, da morte de um amigo, de longa data, vinte anos
de amizade. Ótimo Professor. Atuou, por anos, na Educação Pública do Estado de
São Paulo. Atuou em Universidades Particulares da região do ABC. Atualmente
estava lecionando na FATEC Mauá. Escritor de vários livros da área da
Linguística, da Semótica, livros infantis. Mestre. Doutor. Filho adorado por
seus pais. Pessoa do bem. Bem humorado, inteligentíssimo!
Se
foi. De uma forma tão inesperada. Foi picado por uma cobra em uma visita a um
sítio de seus familiares. Ele que era um ser tão urbano. Que achava o interior
do Estado bucólico demais para ele.
Até
este texto tem muito a ver com ele.
Professor de Português, assim como eu, amante das palavras, da escrita. Além de
tudo, amava sua Profissão, o Magistério. Profissão que escolheu. Não porque não
tivesse talento para fazer outra coisa. Foi durante muito tempo funcionário da
Rhodia, onde, se bem me lembro, chegou a fazer carreira e ter cargos de chefia.
Deixou
uma carreira na área privada para realizar seu sonho: SER PROFESSOR!
Este
menino poetinha, retratado no seu livro homônimo, queria ensinar, transgredir a
forma como aprendeu, queria sonhar e semear sonhos, idéias e palavras.
Ao
Prof. Elvair Grossi nossa singela homenagem póstuma.
Comentários
Todos se lembram do Professor Elvair com grande carinho e todos sentem saudade dele.
Que ele esteja descansando na paz de Deus!
Agradeço o texto postado. Deus te abençoe.
Muitas felicidades em seu caminho!