Primeira
vez. Certamente você já conhece esta expressão. Talvez já tenha respondido ou
perguntado “Como foi sua primeira vez?”
Mas
pergunto: primeira vez em quê?
Vivi
algumas primeiras vezes. Participei das primeiras vezes de outras pessoas.
Ficou confuso?
Explico.
Não
vou falar especificamente as minhas primeiras vezes, mas das primeiras vezes,
que vivi ao lado de pessoas muito queridas. O encantamento de cada uma delas ao
vivenciarem primeiras experiências na vida.
A
primeira vez de meus irmãos gêmeos em um grande parque de diversões, o
Playcenter. Quando eles tinham 13 anos os levei para passar um domingo
inteirinho neste parque. Eu não andei em quase nenhum brinquedo. Eles, ao
contrário, andaram em todos, que conseguiram, até os mais radicais.
Anos
mais tarde, já aos dezesseis anos aproximadamente, levei um deles a um museu de
arte, a Pinacoteca. Ficamos praticamente uma tarde inteira andando lá e olhando
as obras de arte: telas, esculturas, fotografias.
Certa
vez levei minha sobrinha, uma delas, chamarei de Bela, ao cinema. Não lembro
bem da idade dela, mas era pequena. Fomos assistir o desenho animado “Lilo
& Stitch” da Disney, recém lançado. Quem se lembra deste desenho, sabe que
a trilha sonora traz músicas do inigualável Elvis Presley, pois a Lilo era
apaixonadíssima por ele e por suas músicas.
Certa
vez retornamos ao cinema, novamente eu e esta mesma sobrinha, comentei com ela,
que ela já deveria ter assistido muitos outros filmes no cinema, meio sem graça
ela comentou que não, além de mim, só a irmã a havia levado ao cinema outra
vez.
Esta
mesma sobrinha levei à Bienal do livro, quando era ainda criança, mais tarde,
por volta dos 17 anos, levei-a novamente, pois conheço a paixão dela pelos
livros e pela leitura. Foi bom demais vê-la tão feliz olhando os livros,
folheando, sentindo o cheirinho gostoso de suas páginas, escolhendo um
especial, que dei de presente.
Há
pouco tempo, neste ano, fui ao shopping com uma de minhas cunhadas e suas três
filhas, logo, minhas sobrinhas. Uma delas queria, há tempos, andar no bate bate.
Aqueles carrinhos, que têm nos parques, que a gente dirige e ficamos batendo
uns nos outros, sendo que o impacto é diminuído devido a grossas borrachas, que
possuem ao redor deles. Até o ano passado ela não podia ir, porque não tinha o
tamanho especificado para isto. Uma vez ela ficou aos prantos olhando, do lado
de fora da pista, enquanto eu e a irmã dirigíamos, brincávamos no tal
brinquedo. Chegou a vez dela. Uma cirurgia de amígdalas depois, alguns
quilogramas a mais no peso, uns centímetros a mais no tamanho e chegou o tão
esperado dia! A alegria dela quando começamos a girar para lá e para cá no
carro, batendo em um, outro, outro, mais outro... foi maravilhoso!
Por
que lembrei destas experiências?
Porque,
coincidência ou não, talvez elas tenham feito alguma mudança nestas pessoas,
talvez o gosto por certas coisas já existisse nelas, mas precisasse ser
despertado.
O meu
irmão citado acima, atualmente adulto, continua gostando de visitar museus,
tanto que sempre que tem oportunidade faz este tipo de passeio com a família ou
em suas viagens acaba visitando estes locais.
Minha
sobrinha, do filme da Disney, adora Elvis Presley até hoje! Continua ouvindo
suas músicas! Ama ler também!
Nossos
gestos, nossas palavras sempre provocam uma reação no outro. Talvez não de imediato,
mas esta reação acontece.
O que
estamos fazendo para provocar e receber o bem? Quais exemplos damos aqueles que
nos rodeiam, em especial, às crianças?
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