Do que
é feito um texto? Talvez o leitor imediatamente responda: “De palavras”. Eu
digo que não. Um amontoado de palavras não faz um texto. Frases desconexas não
fazem um texto. Garatujas não fazem um texto.
Um
texto é muito mais do que um amontoado de palavras. Para escrever este texto,
recorro ao conhecimento adquirido nas muitas aulas de Língua Portuguesa, que me
deram o embasamento para utilizar os artigos, substantivos, adjetivos, verbos,
numerais, advérbios, bem como juntá-los de tal forma a formar frases, períodos,
que são conectados pelas conjunções, preposições.
Quando
escrevo, atualmente, após ter estes conhecimentos implícitos no meu ato de
escrever, tal como motorista experiente não fico pensando se isto é um advérbio
ou um verbo, nem onde ele irá.
Quando
escrevo um texto, seja ele qual for, também recorro a leituras, que fiz, a
conversas que tive com outras pessoas, a programas que assisti.
Não
escrevo somente porque fui ensinada a escrever. A educação básica me deu os
conhecimentos básicos da Língua Escrita, que foram aprofundados na Faculdade de
Letras, mas também não tive nestas formações propostas de escrita de gêneros
diversos.
Quando
fiz a educação básica, os professores mal nos deixavam falar. Aula dialogada?
Nem se falava nisto. As redações eram poucas. Biblioteca na Escola? Nunca
entrei em uma. Havia, no terreno do prédio da Escola, uma casa, que diziam que
era a biblioteca, mas nunca a vi aberta aos alunos. Mais tarde no Ginásio, em
novo prédio, recém-inaugurado, havia uma biblioteca, pois as portas eram de
vidro, mas nunca nenhum professor, que eu me lembre, nos levou até lá.
Na
faculdade tive acesso à Biblioteca, que tinha um acervo muito bom, cujo espaço
era muito bem iluminado. Neste local estudávamos para as provas, em uma sala,
onde ficava a hemeroteca. Uma sala pequena, nos fundos da biblioteca, com uma
mesa quadrada no centro, uns sofás vermelhos para sentarmos e fazermos nossas
leituras. Tinha uma bibliotecária, a D. Maria Sandri, que gentilmente atendia
os alunos.
Além
desta biblioteca, mas na mesma época, tive acesso a uma biblioteca particular,
da D. Lúcia, nossa vizinha. Ela abriu as portas de sua biblioteca e tive acesso
aos livros, de cada dura, de literatura brasileira. Li praticamente todos os
livros do Fernando Sabino, que levava para o ponto de ônibus, onde esperava o
transporte lendo um livro ou estudando para as provas. Lia também os livros
solicitados pelos Professores da faculdade.
Nesta
época não escrevia muito, mas lia muito. Via amigos, que tinham uma facilidade
enorme para escrever, como o Pedro Nóbrega, que escrevia poemas durante as
aulas. Das mãos fortes do pedreiro saíam versos e rimas, que eram escritos, as
vezes, no caderno das amigas, ou no jornal do Centro Acadêmico.
Continuo
lendo, assuntos relacionados ao meu trabalho, jornal, revistas sobre
fotografia, blogs.
Destas
leituras, das conversas, surgem as ideias para escrever meus textos. Das minhas
vivências, das histórias de vida de amigos e parentes. Meus textos se alimentam
de vida. Se alimentam de ficção. Se alimentam do cotidiano.
Mas o
que me estimulou a escrever?
Falarei
sobre isto em um outro texto, em uma nova postagem. Aguarde!
Comentários