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João Delfiol Construções

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RETROSPECTIVA DO BLOG

Criado com o Padlet

Lembranças...

Sempre observei e ouvi as muitas lembranças de infância de minha mãe. Quantas e quantas histórias de tios, tias, avôs e avós, tão distantes de mim, no tempo, na geografia.
Além dela, meu irmão, um deles, tem muitas lembranças vívidas da infância, pessoas, locais, fatos.
Eu nunca tive tantas lembranças, tantas histórias... Achava que não tinha. Recentemente uma amiga postou no facebook uma foto de uma casa antiga, de madeira, que havia sido do avô dela. Logo que vi a fotografia, a casa, onde nunca entrei, me lembrei da rua, das pessoas que moraram nela, mais recentemente. Como não tinha certeza, perguntei a ela, se era a mesma casa de minhas lembranças. E era. Eu passava sempre em frente a esta casa, pois uma tia morava perto, além de ser caminho para a escola. Uma casa grande, de madeira, de quatro águas, com uma pequena varanda na frente, pintada com um verde escuro, que a deixava mais sombria. Nela morou um homem, que se dizia na cidade, tinha os pés cortados... Nunca soube o que houve com ele, mas ele metia medo, ao menos em mim.
Vi, também no face, uma foto de uma prima, ainda criança, em uma matinê de carnaval. A carinha fina, os cabelos enrolados, o corpo magrinho, o olhar profundo. Quantas lembranças vendo esta foto! Brincávamos juntas, de boneca, de casinha. Ela era um pouco mais nova que eu, pouca coisa. Ela e a família moravam em uma casa de madeira, em um terreno estreito, não muito distante da nossa casa. A casa tinha uma pequena varanda, de um piso geométrico, onde passávamos horas brincando alheias aos problemas vividos por nossas famílias, aos problemas vividos pelo País em tempos de ditadura.
Acho que o projeto de fotografia, do qual estou participando, o “365 razões para agradecer”, me influenciou muito neste texto, pois tenho revisto muitas fotografias, pensado nos motivos, muitos, que as tornaram especiais.
Estas pequenas lembranças, cujas fotos não tenho, mas estão nítidas na minha memória, que consigo vê-las, sem ao menos ver as fotos que as inspiraram. Nossa memória: que belíssima câmera fotográfica!

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