Sou apaixonada por cartões postais. Tenho uma modesta
coleção, que começou por acaso. Quando tinha uns quatorze anos, morava no
interior do Paraná, meu irmão mais velho, de uma família de seis, se mudou para
São Paulo.
São Paulo para mim, nesta época, era um local intangível,
inacessível. Comecei a conhecer um pouquinho de São Paulo, após ganhar quatro
postais, que guardo até hoje. Um deles, me lembro bem, do metrô. Nele aparece
um trem parado na estação, enquanto algumas pessoas, estão indo em sua direção.
As roupas destas pessoas, já denunciam que a foto deve ter sido tirada no final
dos anos 1970.
Com o tempo comecei a comprar cartões postais nas
cidades onde passava. Não muitas. Todas no Brasil.
Comecei a falar, aos amigos, que gostava de cartões
postais. Desde então passei a receber pelo Correio, de amigos que viajavam a
cidades do Brasil ou do exterior, ou ainda de amigos, que moram ou se mudaram
para outros países. Amigos reais, que conheci pessoalmente, amigos virtuais,
com os quais tive o prazer de fazer amizade devido às facilidades da internet.
Poderia falar de vários postais que recebi. Mas um
deles, recebi de um amigo virtual, muito querido, de Portugal. Quando o recebi,
me vieram à mente histórias que ouvi na Faculdade. Histórias que davam conta de
um amor impossível. Um amor de uma mulher simples e um príncipe. Mulher cantada
em versos. Mulher que virou ditado popular!
Já sabe de quem estou falando? Dela. Inês de Castro.
Já ouviu o famoso ditado popular “Agora Inês é morta”
?
Pois bem, o ditado remete à história de Inês de
Castro, que foi morta para não se casar com o príncipe, porque se se casassem,
poderia chegar ao trono um rei bastardo. O príncipe foi coroado rei, mais tarde
desenterrou o corpo da amada, fez com
que seus súditos beijassem a mão da rainha morta.
O que me fez lembrar esta História? O postal trazia
uma imagem do mausoléu feito especialmente para Inês, no qual foi eternizada a
paixão de Inês e Pedro.
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