Pular para o conteúdo principal

João Delfiol Construções

João Delfiol Construções

RETROSPECTIVA DO BLOG

Criado com o Padlet

O que nos impele a mudar


Tem um comercial de televisão que diz “Nada muda, se você não mudar”. Mas que tipo de mudança? Em quais situações?
Acredito que esta frase da propaganda, fala de mudanças internas, que acabam se refletindo no nosso exterior, nas nossas ações, por isto também chegam até as pessoas ao nosso redor.
Mas o que nos impele a mudar?  
Vou começar a falar de algumas mudanças que vivi, como fui impelida a mudar!
Quando terminei minha primeira faculdade, após anos sem estudar, por falta de condições financeiras, tive que correr atrás de trabalho. Na cidade onde morava, na época, não havia muitas possibilidades, pois era pequena e os empregos se resumiam a: comércio (para ganhar salário mínimo); em banco, mas as vagas eram poucas e eu não tinha qualificação; no magistério, mas a cidade na época tinha no máximo três escolas e meus ex-professores continuavam na ativa, logo as vagas não eram tantas para absorver ano a ano todos os formandos da Faculdade, onde estudei.
Minha primeira tentativa foi mudar para uma cidade da grande São Paulo. Fiquei dois anos. Trabalhei quase um ano, mas por motivos alheios a minha vontade, tive que retornar a minha cidade natal. Este um ano de trabalho foi muito importante para mim, pois aprendi muito, há conhecimentos que me valeram tanto na vida profissional, como na pessoal. Havia a possibilidade de retorno, caso eu não me desse bem, pois as portas da empresa ficaram abertas para mim. O Diretor da empresa na época, um armênio, me chamou para conversar e saber os motivos de minha saída, tentar me dissuadir desta ideia.
Voltei novamente para minha cidadezinha de interior. Novamente desempregada. Não passei muitas dificuldades, pois fiz uma reserva com o que recebi, na época, ao sair da empresa. Voltei, fiquei no máximo dois meses sem trabalho, procurando, claro. Não me lembro quem, mas me disseram que era fácil conseguir aulas em uma cidade de São Paulo, no pontal do Paranapanema. Não pensei duas vezes! Consegui as informações necessárias e fui atrás, fui até outra cidade, de outro estado, em um Diretoria de Ensino, sozinha, sem ninguém. Me inscrevi, fiquei neste ano atuando nesta cidade, no Pontal, vivendo e auxiliando minha família com as poucas aulas que tinha, fazendo uma ginástica para o dinheiro render. Nesta época éramos eu, minha mãe e dois irmãos com 11 anos.
No final do mesmo ano recebemos a notícia de um irmão, que havia, com muita dificuldade, comprado duas casas. Uma delas destinada a minha mãe, seria cedida a ela. Em tempo recorde resolvemos tudo e nos mudamos. De volta à grande São Paulo!
A necessidade e a oportunidade nos impeliram a mudar! 
Apesar de não sabermos se daria certo ou não, nos jogamos de cabeça nesta mudança: de cidade, de trabalho, de Estado, de casa. Uma mudança radical!
O mais importante nesta mudança foi o apoio da família: deste meu irmão, que cedeu sua casa para a mãe e os irmãos, por um longo tempo, sem cobrar aluguel. Neste período de grandes carências, em especial a financeira, a família se apoiou, em todos os sentidos!  
Nos mobilizamos para ajudar minha mãe, meus irmãos, que ainda eram crianças. Esta mobilização era até mesmo em relação à educação dos caçulas!
A necessidade e a oportunidade são importantíssimas, mas ninguém faz nada sozinho! Vivemos em grupos: família, escola, o trabalho, os amigos.
Minha família tinha tudo para ter se desfeito, ter se desestruturado sem recuperação! Cada um de nós, a maioria, se mobilizou, abriu mão de certas coisas para apoiar aquele que estava precisando. Ainda hoje agimos assim!
No trabalho estamos o tempo todo em relação de interpedendência com os demais, sejam aqueles que trabalham diretamente conosco, ou aqueles com quem trabalhamos indiretamente.
Na escola isto também acontece, afinal as coisas só acontecem se cada um fizer o seu papel, atualmente somos cobrados a fazer além dele!
Pensemos na escola... Para que professores e alunos tenham material em sala de aula (giz, datashow, notebook, réguas, entre outros) há todo um trabalho da direção, de planejamento para poder gastar os recursos, de acordo com as regras, mas que possam atender as prioridades. Isto para falarmos o mínimo, sem abordar o restante do cotidiano de uma escola, seja ela grande ou pequena.
Mas o que impele as equipes escolares a mudar? Ouvindo relatos de profissionais da área, verificamos que a mudança acontece:
- porque houve um diagnóstico da atual situação da unidade escolar;
- detectou-se que algo não ia bem;
- foram propostas ações e responsáveis pelas mesmas, prazos para execução, avaliação dos resultados.
Na nossa região existe uma escola, que há anos desenvolve um projeto de leitura diária, em todas as turmas, com horário definido. Este projeto se transformou em uma rotina da escola. Claro que foram avaliando e fazendo mudanças, mas perceberam que este projeto teve interferências positivas na aprendizagem dos alunos.
Além do diagnóstico, o mais importante é o desejo e a firme vontade de mudar.  Não adianta diagnosticar, constatar, cruzar os braços e esperar que a mudança venha dos outros!
“Uma visão sem ação, não passa de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo. Uma visão com ação pode mudar o mundo!” (Frase do vídeo abaixo)


Comentários

Bom dia, Delfiol

Que fantástico ler as suas palavras, parece que até ouço a sua voz. Há coincidências que não sabemos explicar. Ainda agora lia um excerto de um texto de Hegel sobre transformação, o que nos leva à mudança, à ação de mudar. É a nossa humanização, o fato de que a mudança não pode ficar somente na dimensão idealizada, deve ser posta em ação, por necessidade ou por vontade como você relata no seu texto. Adorei. Um beijo enorme

Postagens mais visitadas deste blog

Dicas sobre provas para eliminação de matérias e ENCCEJA E ENEM

Escrevi uma postagem com dicas para concurseiros de primeira viagem, mas analisando os atendimentos diários que faço no meu trabalho, pensei em escrever outro(s) texto(s) com dicas ou orientações sobre outros assuntos, pois mesmo com tanta informação disponível, as pessoas continuam sem conhecimentos básicos, que podem ajudá-las a resolver problemas simples do seu cotidiano, que vão desde onde procurar a informação, como também onde cobrar seus direitos. Para começar esta série de textos, vou falar um pouco das provas para eliminação de matérias. As pessoas buscam muito este tipo de avaliação, na qual, desde que atinjam as médias, eliminam todo o ensino fundamental ou todo o ensino médio. Para quem pretende eliminar o ensino fundamental - Ciclo II (antigo ginásio, 5ª a 8ª série, 6º ao 9º ano atualmente) poderá fazê-lo por meio do Encceja, que é uma avaliação de eliminação de matérias, ou seja, o candidato pode ir eliminando áreas (Linguagens e Códigos, Ciências da Nat...

Rio Lavapés e as obras do Parque Linear em Botucatu, SP

  Dia 22/10 p.p. resolvi sair para andar um pouco por aí e tirar algumas fotos, coisa que não fazia há bastante tempo. Essa minha incursão foi, principalmente, margeando o Rio Lavapés, em Botucatu, parando em pontos estratégicos, onde existem pontos, nas quais poderia ficar e fotografar o entorno do local, tanto o rio acima e abaixo da ponte, quanto o entorno registrando se há muitas ou poucas casas e prédios. O rio vem passando por obras desde o primeiro semestre de 2020 (aproximadamente), quando ocorreram fortes chuvas na cidade, que foram noticiadas na mídia, que trouxe sérios transtornos para os moradores, que duraram por meses e meses. Foram levadas, segundo notícias da época, cerca de quarenta (40) pontes entre urbanas e rurais, além de casas próximas ao rio, que foram danificadas. As pontes foram reconstruídas pela Prefeitura (vide links de notícias da época), segundo notícias da época, que esclarecem a respeito dos recursos públicos utilizados nessas obras. Ainda há...

Corações gélidos!

  Aos governantes por aí, que acreditam que em qualquer época do ano, a frequência do alunado DEVE SER perto dos 100%... Caros senhores, aqui quem vos fala é alguém que se encontra com os pés, cabeça e o coração no chão da escola, que mesmo, em anos anteriores, atuando em outras funções na educação pública, nunca deixou de ter um contato frequente e regular com unidades escolares muito diversas entre si. Dito isto, vou   abordar aqui quem são os alunos da escola pública. Temos uma clientela bem variada, desde alunos de classe média até alunos menos favorecidos financeiramente. Vou falar destes últimos! Vou falar deles, porque eles, assim como eu, sabemos o que é passar muito frio! O que é ter que acender uma tampa de tambor de ferro no chão da cozinha para fazer uma fogueira e se aquecer nas madrugadas gélidas do sul do País, para só depois poder ir para a cama e tentar dormir. Também sei o que é só ter uma coberta e precisar enrolar os pés com jornal e colocá-los dent...