Sou frequentadora da Rodoviária da
Barra Funda. Vira e mexe estou passando por lá. Indo visitar parentes, amigos.
Voltando pra casa. Indo para cursos, palestras. Voltando pra casa.
Nos últimos anos, claro, tenho
percebido algumas mudanças. A pior delas foi a mudança relativa aos banheiros
masculino e feminino. Até um ano ou dois atrás pagava-se uma taxa, de um real
ou um real e cinqüenta para usar os sanitários, para um xixi, um cocô.
Nesta época, quando era cobrada esta
tarifa, estavam invariavelmente limpos, cheirando a desinfetante, funcionárias
sempre limpando, retirando o lixo. Todos os vasos sanitários limpos, todos
funcionando, não existiam filas.
Isto tudo mudou. Deixou-se de cobrar
para utilizá-los. O que deveria ser muito bom, tornou-se, a meu ver, um
problema muito sério para todos! A situação atual após esta ação imposta
sabe-se lá por quem e com qual objetivo: caos total!
Ao entrar no local, ou melhor, ainda
fora do banheiro, do lado de fora, na “sala de espera” da rodoviária, onde
sempre tem muita gente sentada aguardando o horário do ônibus, já sente-se o
“peso” desta mudança. Um fedor nauseabundo, que sai pelas janelinhas maxi-ar de
todos os sanitários ( e são várias janelinhas!) e entope nossas narinas o tempo
todo.
Ao adentrar o banheiro, este fedor só
aumenta. Há sempre dois ou três sanitários com a placa “EM MANUTENÇÃO”.
Desinfetante, se usam, junta-se ao mal cheiro reinante no ar. Aliado a isto,
funcionárias que ficam o tempo todo reclamando, que limpam, não para limpo,
entre outras coisas. O mal humor estampado na cara!
Mas... sempre tem um mas! Mas ainda
não acabou. Filas. Filas para entrar e para sair. Mulheres, crianças, idosas,
todas igualadas à democracia da fila.
Considerava o banheiro da Barra Funda
um dos melhores, mais limpos, modernos. Dava gosto de usar!
Tenho cá para mim, que o serviço
quando é deixado ruim, tem algum objetivo, mesmo que de imediato não
percebamos, mas tem. Em breve saberemos!
Mas o que tem o gambá a ver com isto?
Fala de uma funcionária da limpeza:
_ Alguém deixou um gambá morto aí!!!
Apesar da fala rechaçada pelas
mulheres presentes, que diziam que era obrigação dela limpar, que ela era paga
para isto, ela resumiu em poucas palavras, com um exemplo esclarecedor:
“Os
banheiros da Barra Funda fedem tanto quando um gambá morto!”
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