Na semana passada vi na tv
algumas reportagens, que tratavam sobre a qualidade da Educação no País,
enfatizando o quanto os alunos saem mal preparados do Ensino Médio, como as
empresas procuram sanar este problema, por outro lado, a reclamação das Universidades
que têm baixado seu nível, devido à necessidade de sanarem dificuldades
trazidas pelos alunos em sua trajetória
na Educação Básica.
Mas como isto influencia o nosso
cotidiano? Você já parou para pensar nisso?
Na mesma semana fui a um
supermercado da cidade onde moro. Nele faço minhas compras do mês, de vez em
quando compro marmitex.
Para comprar o marmitex, em
geral, vou até lá, fico diante de um grande balcão, onde estão expostos
diversos tipos de guarnições, “misturas”, bem como há algumas atendentes para
montar o pedido.
Na semana em questão havia uma nova
atendente, pois não tinha sido atendida por ele, nem me lembrava do rosto. Não
tenho preconceitos contra pessoas que estão começando, pelo contrário, em geral
são funcionários que não têm certos vícios, adquiridos pelos mais antigos.
A mocinha veio gentilmente me
atender, de imediato já falei o tipo de marmitex, que desejava. Quando chegou o
momento de escolher as guarnições, já tinha olhado os pratos expostos, disse
que queria abobrinha e mandioquinha. Apontei com o dedo, colocando-o no vidro
do balcão.
A gentil atendente me corrigiu,
dizendo que aquilo que eu queria era batata doce!
Ela não me conhecia. Era a
primeira vez que nos víamos. Não conhecia minha vida, nem minha história, muito
menos os conhecimentos que possuo.
Ela não sabia por exemplo, que
morei no sítio, que sempre tivemos horta em nosso quintal, que morei muito
tempo no interior, nem que morei muito tempo em cidade grande, onde fazia feira
todos os finais de semana, nos quais escolhia diante de uma gama enorme de
verduras, legumes e frutas, aqueles que levaria para minha casa.
Ela também não sabia, que eu
cozinho. Que gosto de cozinhar, que conheço frutas, verduras e legumes. Muito
mais os legumes, pois como bastante. Aliás sempre comi, pois como disse,
tínhamos horta no quintal. Desde criança comia as mais variadas verduras e os
diferentes legumes, que meus pais plantavam nas nossas hortas.
A mocinha talvez nunca tenha
comido mandioquinha, pois não é um legume muito barato. Talvez ela também nunca
tenha comido batata doce.
Batata doce nós comíamos assada
na fogueira de São João. Comíamos cozida e com açúcar, comíamos frita.
A tal da mandioquinha já utilizei
para fazer papinha para meus irmãos gêmeos, quando eram bebês. Utilizei para
fazer sopa, pão de mandioquinha (uma delícia!).
Ela nem pensou, que eu poderia
saber do que estava falando. Nem tudo estava perdido... Ela teve o bom senso de
perguntar a outra atendente, mais experiente que ela, se aquilo, em pedaços
cozidos, de um amarelo vivo, contrastando com o cheiro verde, era batata doce.
Claro que a resposta foi... “Não, isto é mandioquinha!”
O que isto tem a ver com o começo
do texto? Tudo!
Os jovens, adolescentes, além de
não adquirirem os conhecimentos que a Educação Básica tenta ensinar, também não
adquiram conhecimento de mundo, vivência.
Neste caso, acredito, a empresa
contratante deveria oferecer a jovem uma orientação, antes mesmo de colocá-la
para atender ao público. Talvez passar um tempo na cozinha, ajudando a
descascar legumes, lavar verduras, ir aprendendo o nome de cada uma delas,
verificando a aparência dos mesmos nos pratos prontos, fosse uma boa!
Aquela empresa americana, famosa,
de fast food faz isso com seus funcionários, ou seja, eles passam por todos os
setores das lanchonetes, desta forma aprendem a dinâmica do local, bem como as
regras, resumindo, adquirem uma bagagem sobre a empresa e os produtos vendidos,
aprimoram a visão da própria empresa, bem como melhoram as técnicas de
atendimento ao cliente.
Comentários
Adorei o texto. Parabéns!
Obrigada!!!!
Sucesso em seu blog. Você tem uma verve parecida com a minha.