Temos ouvido falar e lido muito a respeito da
importância da Língua Portuguesa e do aprendizado dela para a nossa vida e a
nossa carreira. Os especialistas em concursos reafirmam esta idéia, bem como
salientam as exigências dos diversos concursos a respeito do domínio da língua
portuguesa falada e escrita.
Temos observado também nos meios de comunicação, em
geral, o quanto aumentaram erros grosseiros, que aparecem em legendas de
filmes, legendas (sistema closed caption), até mesmo em propagandas isto ocorre.
Recentemente, em uma rodoviária, enquanto aguardava o
ônibus, fiquei assistindo um canal, que veicula propagandas da prefeitura
local, de uma cidade de médio porte do interior paulista.
A publicidade falava sobre o patrulhamento da guarda
municipal, que recentemente passou a ser feito de bicicleta, pois é um meio
ágil, rápido para pequenas distâncias, que dá boa mobilidade mesmo no trânsito
carregado.
Mas não foi esta idéia que me chamou a atenção, sim
um erro de uso da nossa Língua materna, que me fisgou, grudou meus olhos aquela
frase, aquela palavra.
Se eu fosse ler o texto tal qual estava escrito, a
idéia seria de que os bravos guardas municipais fariam a sua ronda embaixo das
bicicletas. Seria um pouco difícil realizar o trabalho de vigilância assim!
O teor exato do texto não me lembro, mas a parte que
mais me chamou a atenção era “patrulhamento sob rodas”. Sim, assim mesmo SOB.
A equipe de publicidade da empresa contratada para
fazer a publicidade, certíssima do seu bom português, nem se deu ao trabalho de
ir ao bom e velho dicionário. Poderia utilizar um impresso, na ausência deste,
mais tradicional, ainda haveria um destes dicionários on line, que poderia ser acessado gratuitamente sem sair da
agência. Mas para quê? Provavelmente nesta agência os profissionais tenham
curso superior em publicidade ou marketing. Se isto é verdade, acredito que
seja, mostra um pouco da qualidade da formação que se recebe nas Faculdades,
entretanto acredito que a Faculdade, a escola, não tem toda a culpa, pois ao
sairmos de lá, somos também responsáveis pela nossa formação, portanto se ela
foi deficiente, cabe a nós melhorá-la.
Quantos erros não lemos diariamente? Para aqueles que
“um risco quer dizer Francisco”, talvez não faça tanta diferença, pois o nosso
cérebro realiza as correções automaticamente, fato provado quando nos dão um
texto todo escrito com as letras trocadas, mesmo assim a pessoa plenamente
alfabetizada, ou letrada, lê mesmo assim, sem dificuldades.
Mas e para aquele sujeito em formação? E para as
crianças?
O exemplo dado, uso indevido da palavra SOB, que pode
ser confundido, por um aluno do ensino fundamental, com SOBRE, jamais poderia
acontecer em uma peça publicitária, que fica exposta em um local de passagem,
onde as pessoas ficam sentadas assistindo aquilo, vendo o erro ser repetido
várias vezes ao dia.
Publicitários do Brasil, por favor, corrijam seus
textos antes de veiculá-los na mídia, seja qual for o suporte: jornal, revista,
TV, internet. Tu te tornas eternamente responsável pela palavra que veiculas!
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