Hoje, como tantos outros brasileiros, fui votar. Em uma escola perto de casa, por isso fui a pé. Na ida se via o vai e vem das pessoas, não muitas, porque era por volta de 12h30. O que se via era a sujeira característica desta época, santinhos de todos os candidatos espalhados pelas calçadas, pelos meios-fios, que certamente, na próxima chuva, serão carregados para os bueiros entupindo-os, ou então, levados pelo vento para dentro dos quintais das casas mais próximas. Próxima à escola uma cara conhecida, pelos santinhos que abarrotaram minha caixinha do correio, um candidato da região, a deputado federal (acho), com um grupinho conversando... sobre o que será?
Nos corredores da escola não havia tanta gente andando, procurando seção, como acontece em cidade grande. Nas seções mais antigas havia sim filas, até grandes. Na seção onde votei, não. A seção é nova, criada recentemente, para onde foram os títulos novos, transferidos, ainda tranquila, sem fila na porta, e isso me animou.
Fiquei um tempo nesta fila, em minha frente apenas duas pessoas, logo pensei "vai ser rápido!". Não sabia, nem imaginava, o que estava por vir. A mulher na minha frente foi, passos rápidos, decididos até os mesários! Dos mesários para a urna eletrônica! Que rápido fez este trajeto de alguns passos! Mas daí veio a surpresa: a mulher, da urna, gritava "agora apareceram dois quadradinhos... o que eu faço?" Os mesários "Vota, dona!" E ela "Não vou votar em ninguém... o que faço?" E enquanto isso... eu e mais algumas pessoas esperávamos, esperávamos... a dona se informar, coisa que deveria ter feito bem antes, de como anularia seus votos.
Essas foram as mostras de cidadania do dia de hoje: a sujeira promovida pelos muitos candidatos e uma cidadã (?) que nem sabia o que estava fazendo ali, diante da urna: decifra-me ou devoro-te!
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