Você já parou para pensar nos paradoxos do Brasil? Não? Então vamos pensar nos principais, a meu ver, que mexem conosco por toda a vida e até a morte.
Primeiro deles: os filhos dos pobres e classe média (baixa) estuda a toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio) em escola pública; o filho do rico, das classes mais abastadas, ou daqueles que (se matam para pagar) estudam em escola particular.
O segundo paradoxo é uma continuação do primeiro: os filhos dos ricos cursam o superior nas melhores universidades públicas (que são mantidas também pelos impostos que os pobres, classe média, pagam), mas os filhos dos pobres e classes de menor poder aquisitivo estudam o curso superior, quando estudam, em faculdades particulares, pagas, nem sempre de boa qualidade.
O terceiro é relacionado à saúde, tão em voga atualmente nos discursos de TODOS os políticos em campanha. As classes mais abastadas, classe dirigente do país, tem acesso aos melhores hospitais, melhores médicos, melhor tecnologia, em sua maioria, em ótimos hospitais particulares.
O povo? Ah, esse sofre nos hospitais públicos, muitas vezes em macas nos corredores, aguardando atendimento, aguardando uma cirurgia, aguardando um médico, que ninguém tem certeza quando vai chegar.
Essa é mais interessante... durante muito tempo o povo, ou uma grande parcela dele, teve sequestrados de suas contas bancárias milhões, por que não dizer, bilhões de reais do imposto CPMF (contribuição provisória sobre movimentação financeira), cujo “objetivo” era “mais verbas para a saúde”.
Até quando vamos aceitar esse Estado de coisas? Pagamos impostos pesados, mas temos que pagar faculdade; pagamos impostos, mas não temos acesso à saúde de qualidade; pagamos impostos, mas se quisermos rodar em estradas seguras, temos que pagar de novo os inúmeros pedágios.
Será que se as classes dirigentes do país tivessem seus filhos estudando nas escolas públicas de educação básica, a educação não teria mais qualidade, mais atenção, mais verbas?
Será que se eles também fossem obrigados, quando necessário, a utilizar os serviços médicos dos hospitais públicos, não melhorariam a saúde dos hospitais?
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