Pular para o conteúdo principal

João Delfiol Construções

João Delfiol Construções

RETROSPECTIVA DO BLOG

Criado com o Padlet

O blog e EU

 

Dia destes conversando rapidamente com uma colega do trabalho, que não via há bastante tempo, ela me falou sobre o meu blog e perguntou porque eu não estava mais escrevendo.

Realmente faz bastante tempo que não escrevo. Falei a ela a respeito inclusive dos motivos.

Todos nós passamos por cerca de dois anos de pandemia e duras mudanças em nossa vida, nosso cotidiano, no cotidiano das pessoas, que nos cercam seja no ambiente familiar, quanto no ambiente profissional.

Durante a pandemia fomos massacrados pela mídia diariamente com aqueles informes sobre a covid 19, as centenas de mortes diárias, os cemitérios com covas sendo abertas aos montes, as pessoas morrendo por falta de oxigênio e vagas nas UTIs. Não bastasse isso os governos faziam diariamente suas falas sobre o assunto no horário de almoço e de jantar! Era um massacre interminável e de todos os lados! Um pesadelo, então, sem dia, nem hora para acabar.

Nos fechamos, ainda mais, em nossas casas, tentando nos proteger e proteger os nossos entes queridos. Mesmo após a vacina, que iniciou, assim que possível, pelos professores e profissionais da educação, ainda assim o medo nos atacava.

As visitas presenciais, assim que possível, às escolas não eram as mesmas. Eram espaços de um silêncio pesado e incômodo! As escolas estavam sendo cuidadas, limpas, a vida funcional estava sendo administrada como a vida escolar dos alunos (aulas virtuais, envio de trabalhos impressos, avaliações, contatos por todos os meios com os responsáveis). As paredes estavam nuas! As salas de aula vazias e com as carteiras incomodamente arrumadas respeitando a distância social aguardando um retorno presencial, que nunca chegada!

As idas às cidades, onde se localizam as escolas de meu setor, eram sempre permeadas de medo, ansiedade ao ver o atendendo o pedágio sem máscara falando comigo e tocando com as mãos e devolvendo o dinheiro. Ao conversar com o Diretor e os funcionários, que trabalharam presencialmente, como eu, parte do tempo, boa parte remotamente, sabíamos dos problemas do alunado, dos funcionários, dos inúmeros casos de covid 19.

Depois de um longo tempo retornamos ao trabalho presencial, todos, inclusive alunos. Mas de lá prá cá as coisas não se tornaram mais fáceis! Estas visitas ainda são pesadas! Muito pesadas! Não é a viagem que pesa. Não é o trabalho na escola, que pesa. Não é a conversa, muitas vezes, longa com Diretor e demais membros da equipe que pesa. O que pesa, muito, é saber da real situação, que muitos alunos retornaram. Com o emocional em frangalhos! E não estou exagerando, aliás estou sendo até delicada na minha fala.

Quem pensa, erroneamente, que no trabalho que realizo, por estar em outro prédio, em outra cidade, não estar todos os dias dentro de um prédio escolar, que se trata de um trabalho simples, fácil, sem ser tocada pelas questões do alunado, engana-se redondamente. Só se eu não fosse um ser humano, se não tivesse coração, muito menos empatia e sensibilidade para não me afetar com o sofrimento de crianças e adolescentes.

Nós também voltamos doentes, apesar do estado ter demorado a ter a mínima percepção disto, ainda assim tentar nos fornecer ferramentas para podermos apoiar as equipes escolares. Mas quem cuida do nosso emocional? O Iamspe? Não cuida, nem das dores físicas, com a extrema dificuldade imposta em nos atender dignamente.

Por que falo sobre isto, questões profissionais? Porque é um dos motivos pelos quais parei de escrever e me resguardei de revolver em terrenos para os quais não estou preparada.

Além destas questões têm as pessoais, que acabam sendo impactadas pelas anteriores.

Neste ano, 2022, que iniciei cheia de planos, muitos deles não ocorreram, nem vão ocorrer.

Me afastei de um grupo de fotografia, no qual participava ativamente no facebook.

Me afastei de uma associação de fotógrafos, na qual também participava ativamente desde sua criação.

Este ano não saí uma  única vez com o intuito de fotografar!

Claro que, ainda assim, fotografei com o celular cenas do meu cotidiano em casa, algumas vezes, no trabalho.

Tudo isto, ainda nem disse tudo, para dizer que, assim que possível, retomarei minhas atividades no blog, mas que, por enquanto, preciso ficar assim, off line, mais comigo mesma, talvez em um caminho de reencontro com a pessoa, se é possível, de antes da pandemia, se não for possível, quem sabe uma versão melhorada de mim mesma.

Gratidão a todos os leitores e leitoras, que me acompanharam!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dicas sobre provas para eliminação de matérias e ENCCEJA E ENEM

Escrevi uma postagem com dicas para concurseiros de primeira viagem, mas analisando os atendimentos diários que faço no meu trabalho, pensei em escrever outro(s) texto(s) com dicas ou orientações sobre outros assuntos, pois mesmo com tanta informação disponível, as pessoas continuam sem conhecimentos básicos, que podem ajudá-las a resolver problemas simples do seu cotidiano, que vão desde onde procurar a informação, como também onde cobrar seus direitos. Para começar esta série de textos, vou falar um pouco das provas para eliminação de matérias. As pessoas buscam muito este tipo de avaliação, na qual, desde que atinjam as médias, eliminam todo o ensino fundamental ou todo o ensino médio. Para quem pretende eliminar o ensino fundamental - Ciclo II (antigo ginásio, 5ª a 8ª série, 6º ao 9º ano atualmente) poderá fazê-lo por meio do Encceja, que é uma avaliação de eliminação de matérias, ou seja, o candidato pode ir eliminando áreas (Linguagens e Códigos, Ciências da Nat...

Rio Lavapés e as obras do Parque Linear em Botucatu, SP

  Dia 22/10 p.p. resolvi sair para andar um pouco por aí e tirar algumas fotos, coisa que não fazia há bastante tempo. Essa minha incursão foi, principalmente, margeando o Rio Lavapés, em Botucatu, parando em pontos estratégicos, onde existem pontos, nas quais poderia ficar e fotografar o entorno do local, tanto o rio acima e abaixo da ponte, quanto o entorno registrando se há muitas ou poucas casas e prédios. O rio vem passando por obras desde o primeiro semestre de 2020 (aproximadamente), quando ocorreram fortes chuvas na cidade, que foram noticiadas na mídia, que trouxe sérios transtornos para os moradores, que duraram por meses e meses. Foram levadas, segundo notícias da época, cerca de quarenta (40) pontes entre urbanas e rurais, além de casas próximas ao rio, que foram danificadas. As pontes foram reconstruídas pela Prefeitura (vide links de notícias da época), segundo notícias da época, que esclarecem a respeito dos recursos públicos utilizados nessas obras. Ainda há...

Corações gélidos!

  Aos governantes por aí, que acreditam que em qualquer época do ano, a frequência do alunado DEVE SER perto dos 100%... Caros senhores, aqui quem vos fala é alguém que se encontra com os pés, cabeça e o coração no chão da escola, que mesmo, em anos anteriores, atuando em outras funções na educação pública, nunca deixou de ter um contato frequente e regular com unidades escolares muito diversas entre si. Dito isto, vou   abordar aqui quem são os alunos da escola pública. Temos uma clientela bem variada, desde alunos de classe média até alunos menos favorecidos financeiramente. Vou falar destes últimos! Vou falar deles, porque eles, assim como eu, sabemos o que é passar muito frio! O que é ter que acender uma tampa de tambor de ferro no chão da cozinha para fazer uma fogueira e se aquecer nas madrugadas gélidas do sul do País, para só depois poder ir para a cama e tentar dormir. Também sei o que é só ter uma coberta e precisar enrolar os pés com jornal e colocá-los dent...