Quando
nos mudamos para a região de Botucatu, vindos de uma metrópole, cansados do
cinza do concreto e de não ver o sol, nem sair muito, devido aos afazeres
práticos da vida corrida de professor com um, dois empregos, cursando mestrado,
pós, e construindo... queríamos poder sair, respirar ar puro! Ar puro! Nossa
vista visse longe o horizonte!
Assim
fizemos diversos passeios pela região.
Há um
local aqui, que atrai muitos turistas, cujas proximidades, nesses anos, mudou muito, devido aos
empreendedores da área turística. Tudo tem o seu custo!
Pois
bem, quando chegamos íamos a este lugar, parávamos o carro na entrada de alguma
propriedade rural, íamos andando margeando a estrada e fotografando. Ou
sentávamos sobre umas enormes rochas para aproveitar a paisagem. Não havia
cercas!
Era
comum as pessoas irem até este lugar, de carro, de moto, sentarem nestas rochas
e olharem a belíssima paisagem! Só isto. Contemplar!
Com o
tempo, o aumento do público visitante, acredito que o dono da área rural deve
ter ficado irritado com tanta gente transitando nos seus domínios. Meteu uma
cerca! Ainda há gente que pula a cerca e vai até as rochas e se senta por ali.
Nós não.
Houve
um bom desenvolvimento do turismo com restaurantes rurais, pousadas, tirolesa,
chalés. Também as pessoas se preocuparam em sinalizar a região, indicando os
locais para visitação dos turistas, sejam de fora da região, da nossa própria
região. Isto foi muito bom!
Me
incomoda ver a paisagem presa entre cercas particulares! Sei que não é área
pública. Antes também não era. Mas a falta da cerca dava uma certa noção de
proximidade com o Gigante Adormecido! Como se ele pudesse, a qualquer momento,
se levantar e dar um “Oi”.
Ele
ainda está lá. Deitado. Com sua enorme barriga pra cima. Seus enormes e
rochosos pés juntos. Dependendo de onde se olhe, claro. Sua cabeça enorme
olhando o imenso céu azul da cuesta de dia, contando as infinitas estrelas da
via láctea à noite e mandando beijos infindáveis pra lua.
Muitas
vezes ele, o Gigante, se esconde em meio à densa neblina, que fica baixa, no
vale, cobrindo-o totalmente, que demora longas e lentas horas para se dissipar,
assim deixando os turistas frustrados por não poderem vê-lo em toda sua
exuberância.
Em
outras ocasiões, esta neblina desaparece mais cedo, mais rápido, e lá está ele
em meio às formações típicas da região, se exibindo entre o verde das matas e o
azul azulíssimo do nosso céu. E vira o foco dos inúmeros fotógrafos
profissionais ou amadores, que por ali passam. Se torna cenário de ensaios de
casamento, de grávidas, de quinze anos.
E
você, que está lendo este texto, conhece a Cuesta? Sabe da imensa importância
dela para a recarga do Aquífero Guarani?
Então...
aqui, no interior do nosso estado de São Paulo, está esta área, entre
municípios, de geografia privilegiada, que é fundamental para recarregar de
água o Aquífero, que fica bem abaixo do solo, muito longe dos nossos olhos, mas
que é uma imensa reserva de água “incrustada” nas rochas.
Quando
vier passear na região, lembre-se disto!
Não
jogue lixo! Não deixe restos e sujeira no local, onde acampou. SEJA CONSCIENTE!
AJUDE A PRESERVAR A NATUREZA!
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