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João Delfiol Construções

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RETROSPECTIVA DO BLOG

Criado com o Padlet

Pequena crônica do desassossego

 

Hoje, por volta das 15h20, estava, a exemplo do que vem ocorrendo há cerca de uns  nove dias trabalhando em casa, pois estou em home office, devido à pandemia de covid-19, como centenas, milhares de pessoas, restritas as suas casas, torcendo pra tudo isto acabar.

Ouvi alguém batendo palmas no portão. Fui atender, mas não cheguei nem próximo do portão.

De onde estava mesmo visualizei uma pessoa. Sem máscara! Um homem, jovem, cerca de uns 25 anos, talvez mais.

A pessoa em questão puxava um carrinho, como aqueles de carregar malas ou de ir à feira, com umas embalagens de plástico, daquelas que a gente não resiste, vive comprando... E vive perdendo! Perdendo as tampas.

De longe mesmo ouvi o rapaz me oferecendo um kit delas, sei lá, com umas seis ou sete, talvez mais. Primeiro, acho a trinta reais. Eu, educadamente, respondi que não. Em seguida baixou o preço. Mais uma vez respondi que não, não precisava. Veio se achegando ao portão, o semblante já havia mudado. Mais uma vez me interpelou, meio querendo me obrigar a comprar. Baixou o preço. Respondi, do mesmo lugar onde estava: “Moço, agradeço, mas não quero. Não preciso!” As perguntas e as negativas duraram alguns minutos. Ainda bem, que não saí do lugar. Primeiro porque eu estava sem máscara. O cidadão também. Segundo          que depois deste breve diálogo, quando disse meu último não, o indivíduo,  visivelmente nervoso, cara de bravo, se aproximou do próprio carrinho, empurrou, bateu nele com as embalagens plásticas, que tinha em um saco, que estava nas mãos dele. Me deu medo!

Voltei para o meu local de trabalho, mas não fiquei mais tranquila!

De vez em quando me levantava e ia até o meio do corredor da casa, como diz o caipira, “ia assuntar”, ver se tinha algum movimento na rua.

Normalmente, em outros tempos, não tenho receio de atender as pessoas, de conversar, mesmo que meio de longe, as vezes, vou até no portão converso e despacho o/a pessoa, que tocou a campainha. Não sou antissocial!

Mas hoje, fiquei aliviada, de ter tido este insight e não ter me aproximado!

 

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