Em
nossa trajetória de vida sempre conhecemos pessoas, que nos ensinam algo.
Ensinam com seus exemplos positivos e negativos também. Se formos relembrar
teremos várias histórias para contar de coisas, que aprendemos com outras
pessoas, que não os nossos professores das escolas.
Não
vou contar muitas destas histórias nesta postagem, mas uma delas.
Quando
criança íamos muito à casa de uma tia, fosse para visitá-la, para brincar com
os primos, para assistir de televisão.
Próxima
à casa desta tia morava uma senhora portuguesa. A distância entre as duas
casas, não era muita. Havia a casa de minha tia, outra casa de madeira, que
mais tarde pertenceu aos pais do Prof. João Martins, depois ficava a casa desta
portuguesa. A casa não tinha um grande quintal, como as demais da rua. Era uma
casa pequena, de madeira como todas as outras, naquele tempo onde as casas de
alvenaria eram coisas pra gente rica.
Esta
portuguesa, D. Ziná, tinha uns móveis coloniais, escuros, altos, com mármore
branco. As mesas e os criados mudos tinham mármore branco!
A casa
estava sempre muito arrumada e limpa! Não havia crianças para desarrumá-la,
pois ela nunca se casou. Os sobrinhos dela, ao que me lembre, já eram adultos,
portanto aquelas bagunças típicas de criança não existiam por ali.
Lembro-me,
que algumas vezes, passávamos na casa dela. Em uma destas vezes vi um
lindíssimo caminho de mesa sobre a mesa da sala! Maravilhoso!
Eu era
criança, acho, mas já gostava de #crochê, pois aprendi muito cedo com minha mãe,
que era hábil e caprichosa #crocheteira. Com o tempo, o trabalho, as
responsabilidades, as dificuldades financeiras, ela abandonou o amor pelas
agulhas e linhas.
Eu, ou
minha mãe, não me lembro bem... Alguém de nós pediu uma amostra do belíssimo
trabalho de crochê, que ornava a mesa da sala da D. Ziná. Ela generosamente se
prontificou a fazer uma florzinha daquelas ou duas e doar para que
guardássemos. Assim ela fez!
Os
anos se passaram e a simpática portuguesa se mudou da cidade. Não sei para onde.
Talvez tenha ido para Paranaguá, pois ela falava muito de lá e da devoção dela
à Nossa Senhora do Rocio.

Por
que conto esta história?
Porque lembrei-me dela, nesta semana, ao abrir uma
gaveta da cômoda e retirar o tal caminho de mesa para enfeitar minha mesa da
sala de jantar para o natal.
Esta
senhora me deu algo, que, acredito, ela nem se lembre, que tenha dado. Uma
simples amostra de crochê! Um presente, que se transformou em algo especial,
muito especial, que carrega em si a generosidade. Ela poderia ter se negado a
dar a amostrinha. Poderia ter nos “enrolado” até que deixássemos para lá e não
fôssemos mais na casa dela. Ela não fez isto! Generosamente ela dispôs de uma
parte do tempo dela para crochetar algumas flores e nos dar para servir de
amostra pra trabalhos futuros.
Não
lembro de ter feito outros destes caminhos de mesa. Talvez tenha feito, mas
sinceramente não lembro mais.
Das
hábeis mãos de D. Ziná saíram as florzinhas de crochê e as memórias, que aqui
contei para vocês. Inesquecível, D. Ziná!
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