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João Delfiol Construções

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Propaganda da morte

Por muito tempo moramos em uma cidade de cerca de setecentos mil habitantes, onde mal conhecíamos os vizinhos, pois raramente os víamos e os diálogos raramente ocorriam. Com uma cidade deste tamanho e a correria do cotidiano, muito raramente ficávamos em casa durante a semana. Raramente sabíamos se tinha morrido alguém no bairro, só se fosse alguém muito amigo ou das nossas relações profissionais.
Em cidades menores os vizinhos acabam se vendo mais. A cultura destas cidades também é diferente, aliás como em todo nosso País, tão grande com tanta diversidade.
Curiosamente na região onde moro agora, aprendi que existe o que uma conhecida chamou de “propaganda da morte”. Há ainda uma amiga, que sempre tem umas “tiradas”, que fala que por aqui não basta ter uma tragédia, precisa sair anunciando-a pelas ruas.
Por aqui quando morre alguém as funerárias têm um serviço muito peculiar. Sai um carro de som pelas ruas da cidade, anunciando quem morreu, horário e local do enterro, quais os entes queridos deixados pelo morto. A voz do homem que faz a gravação destes anúncios fúnebres tem um tom triste, monocórdico, grosso, que se espalha como piche grosso se espalha pelo asfalto, aos poucos, lentamente, queimando tudo.
Em uma cidade vizinha a prática é outra. Segundo uma conhecida que mora lá, contou-me isto hoje. A partir da fala dela saiu o título deste texto e, claro, a ideia de escrevê-lo.
Nesta cidade com nome de santo, pequena, onde a maioria se conhece, são feitos os “santinhos”. Não são aqueles para agradecer graça recebida com a foto do santo de devoção. Coloca-se a foto do morto, informações sobre o velório. Colocava-se o endereço da casa do morto, mas como isto levou os meliantes a assaltarem estas residências, pois, na data do velório, se encontravam vazias, deixaram de publicar estes dados.
Esta amiga disse que detesta esta prática, pois dias após o enterro do defunto, são achados os santinhos pelas ruas e calçadas, sendo pisados pelos pedestres, ainda por cima sujando os espaços públicos.
Curiosamente por aqui não existem velórios públicos, como em cidades maiores, onde os velórios são feitos em velórios municipais e sem custos para a família do morto. Por aqui existem pessoas que ganham com a morte. Não critico estes, pois encontraram um nicho de mercado e investiram nele. Mas e aqueles que não podem pagar? Velam seus entes queridos onde? Acho que, como antigamente, nas casas!
Existe este tipo de anúncio na sua cidade? Como é feito?



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