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João Delfiol Construções

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O que mais me dói - Autor: João Pedro Rocha

Sabe o que mais me dói depois de tudo isso e diante de tudo que ainda virá? Não é quem ganhou, não é quem perdeu, não é quem pode ganhar, não é quem pode perder, não é quem eu apoio, não é quem eu não apoio, não é quem eu concordo, não é quem concorda comigo, não é quem discorda de mim, não é de quem eu discordo. Com todas essas divergências a vida já trata de nos ensinar como lidar desde pequenos, a democracia que nos é ensinada(ou deveria) defende todo esse aglomerado de opiniões contrárias. 
O que toca no meu coração de verdade, que me deixa abalado de verdade, que me fez chorar muitas vezes até aqui e que, infelizmente, ainda vai me fazer chorar muito nessa vida, que me faz ter medo de me expressar, que me faz pensar mais de duas vezes antes de opinar sobre certas coisas, que me faz sentir um aperto no peito, que tira meu chão, que tira meu foco, que me faz me distanciar de tanta gente que eu aprecio/apreciava a presença e a amizade, que me faz escrever isso é a pior sentença que a humanidade(ou a falta dela) nos impôs, que algumas situações da ultima semana me fizeram sentir: o desamor.
Deixar opiniões divergentes, "alfinetação" política e afins passarem por cima de bens muito maiores que tudo isso, algo que devia nos ser ensinado desde pequeninos, o sentimento que deveria ser dado sem se esperar nada em troca: o amor. Quantas pessoas eu já não ofendi de pouco tempo até o dia de hoje? Quantas pessoas já me ofenderam também nesse meio tempo? Tudo isso porque cada um acredita no que é melhor para si, para a própria família ou para todos, e diante de toda essa loucura que nos foi colocada com o peso de uma bigorna sobre a cabeça, esquecemos de realmente pensar no nosso bem, no real bem da nossa família, no bem que podemos ou não causar para todos. Palavras de ódio, de nojo, maldizer, xingamentos e calúnias não agregam nada à mim, como não agregam nada à nenhum de nós. Nos últimos dias a palavra que mais li e ouvi foi "asco", asco acima de tudo, asco acima de amizades, asco a quem mal conhecemos, asco a todos, asco acima do amor. Pregamos amor e esquecemos de amar. Pregamos o bem comum e desejamos o mal ao outro. Olhamos para o nosso próprio umbigo sem lembrar que dependemos, direta ou indiretamente, mais ou menos, um dos outros. Destruímos, por tempo indeterminado, certas relações sociais de suma importância. Incitamos o ódio sem pensar nas consequências, deixamos ele passar como um rolo compressor sobre tudo que um dia nos foi importante, deixamos ele nos cegar e enegrecer nossa alma, deixamos ele ferir sem pudor. Mas a que preço? Quem somos nós pra achamo-nos melhores que outros? Não erramos? Estamos necessariamente certos? Entendemos de tudo ao ponto de sermos incontestáveis? Cabe à cada um se indagar sobre isso.
Tudo o que meu coração roga-me hoje em prantos é por amor. Tudo que eu queria é defender a política do amor, a única que, pra mim, deveria valer. Queria eu que minhas únicas preocupações fossem dar amor, dar abraços e ser feliz, seguir a lei de Chico. Queria ser amado e bem visto, não por ser maioria ou minoria, não por ser igual ou diferente, mas só por ser. 
Esse é um texto de alguém do partido do querido Caju, Cazuza, do coração partido, que não quer mais ser partido, que não quer mais partir, que quer dar e receber, quer crer e amar, quer ser o que por bem entender. Só quero amar exagero, sem ser julgado, sem ser taxado, rotulado ou segregado. Quero amar e ser amado.

Autor: João Pedro Rocha
Obs. Texto publicado com a autorização do autor.

Comentários

Delgadopaiva disse…
Faz refletir profundamente e amadurecer nas relações humanas, parabéns!

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