Nesse roteiro tivemos tudo isso e muito mais, mas o muito o mais ficará somente para nós que fizemos a viagem!
Algumas rodovias entre uma cidadezinha e outra com um visual bucólico, de muito silêncio, poucos carros, muitas árvores frutíferas ou então grandes eucaliptos que deixam o ar com aquele cheirinho gostoso, refrescante, mesmo durante o calorão.
Flores que vemos e que têm um outro colorido... estamos com os olhos e o coração abertos para atentar para as cores, detalhes, cheiros!
Certos detalhes só conhece quem nasceu e viveu boa parte de sua vida no interior, conhecendo as plantas, seus nomes, suas utilidades, seus cheiros.

Criança longe da TV, do computador e do videogame cria brincadeiras, revive outras antigas, inventa mundos e castelos, seus soldados, rei, príncipes e princesas.
Construir... é isso que faz aquela pequenina aranha,
que sobe e desce pela finíssima e quase invisível teia,por onde viaja, balança ao vento, mas também aprisiona os outros insetos que lhe servirão de alimento.
Por todas as estradas sempre há e sempre existirão muitos andantes, com sua trouxa nas costas, andando de uma cidade a outra, comendo o que ganha, dormindo embaixo das árvores, sendo olhado com curiosidade por todos os passantes.

Restos de construções, ruínas, que receberam pessoas, abrigaram vidas, histórias, sorrisos, tristezas. Igrejinhas esquecidas pelo tempo! Como aquela construída há muito tempo por um certo padre, o Eduardo, em cima de um morro, cuja lenda fala de Moema e sua triste história. Outro padre, Nestor, vaticinou: “Essa Terra rica será ponto turístico, internacionalmente conhecido!” Esse padre morreu, não viu sua profecia se confirmar, mas quem viveu,viu! Talvez agora eles sejam como a borboleta mimeticamente escondida nas cascas das árvores, também estejam camuflados nesse lugar: na cidade, nas ruas, no morro, nas plantas... almas presentes voando imateriais e etéreos pelas ruas arborizadas daquela pequena cidadezinha. Talvez ainda sejam aquelas flores nas ruas, nos jardins, nas praças. Uma flor vermelha, tão rubra, vibrante, que a todos toca pela beleza e simplicidade.
Quem sabe andam abençoando calmante o jardim tão bem cuidado da tia, a Leonor, que sabiamente cuida da família, dos amigos, da vida: seus filhos, suas flores, suas hortaliças, suas frutas. Que cheiro bom daquele quintal! Cheiro de vida! Cheiro de amor! Você que mora na cidade já sentiu o cheiro inebriante e suculento de um figo maduro no pé? Já sentiu o prazer de o colher e comer calmamente saboreando cada pedacinho da fruta plantada e cuidada sem agrotóxicos? Já viu o erva doce amarelinho no pé? Pois é, erva doce não é escuro e feio como aquele que compramos no mercado pra fazer o chá!

Esses e outros prazeres só sabe quem visita o interior, seja de São Paulo, do Paraná, do Rio Grande do Sul.
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