Pular para o conteúdo principal

João Delfiol Construções

João Delfiol Construções

RETROSPECTIVA DO BLOG

Criado com o Padlet

Direitos X deveres

Há mais ou menos uns quinze dias presenciei uma cena, que me deixou muito incomodada, mas no momento fiquei paralisada.
Eu estava em minha casa, pela manhã, quando de repente comecei a ouvir na rua vozes alteradas. Saí na porta, como não via tudo, andei pela garagem para tentar ver o que acontecia. Minha vizinha, da casa em frente, estava alterada e respondendo a duas meninas, aparentemente de 9 e 11 anos, não mais que isso. Ambas bem vestidas, cabelos bem cuidados, enfim não havia nelas sinais de que fossem crianças “pedintes”, necessitadas, paupérrrimas. A vizinha, uma senhora idosa, de cabelos totalmente brancos, não sai da sua casa para ofender ninguém, leva uma vida tranquila com o marido. Ambos raramente saem de suas casas, geralmente quando o fazem é para ir à igreja, são evangélicos.
O que há de inesperado nisso?
Pela fala da vizinha entendi que ela saiu no portão para atender à campainha, eram as duas meninas, pré-adolescentes, que chamaram-na para pedir dinheiro, como ela se negasse a dar, pois as conhecia, começou a confusão.
As “crianças” começaram a xingá-la, a senhora idosa, de todo tipo de nome, entre eles: velha coroca, velha horrorosa, gorda, velha suja!!!
A senhora, já nervosa, por tanto desrespeito também respondeu, mas não com xingamentos, falando mais alto, que não iria dar o dinheiro, que elas fossem trabalhar.
Após ouvir isso, a resposta de ambas foi “Vai trabalhar você! Criança não pode trabalhar!” Isso tudo gritando em fragrante desrespeito.
O marido veio ajudá-la, tentar acalma-la, após alguns minutos conseguiu colocar a senhora para dentro e fechar o portão.
Disse que fiquei paralisada, e foi isso mesmo! Moro aqui há pouco tempo, não fiz amizade com os vizinhos (costume de quem vem de cidade grande), por isso muitas coisas passaram na minha cabeça nesse momento. Não sabia se ia até lá, se intervinha, se aguardava mais um pouco ( o que acabei fazendo).
Por que fiquei estarrecida?
Primeiro pela folga das duas meninas se fazendo passar por crianças carentes, batendo nas portas, pedindo dinheiro. Não era comida, porque estavam bem nutridas. Elas queriam dinheiro.
Segundo por tratarem uma senhora idosa, que bem poderia ser a avó das duas, com tamanho desrespeito.
Diante disso faço algumas perguntas:
- Onde estavam os pais/responsáveis por essas “adoráveis” crianças?
- Por que ambas tem aparentemente, pela fala da senhora, o hábito de sair de casa em casa pedindo? A quem elas estão entregando esse dinheiro?
- Quando uma pessoa é vítima de tal agressão verbal por uma criança, em semelhante contexto, o que cabe, legalmente, fazer?
- Há o ECA, mas há também o Estatuto do Idoso, como acionar os direitos e deveres de um e de outro?
- Quais os deveres das crianças atualmente?
Ambas as meninas sabiam muito bem o seu direito de “não poder trabalhar”. Mas qual o dever dos pais diante de ambas? 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dicas sobre provas para eliminação de matérias e ENCCEJA E ENEM

Escrevi uma postagem com dicas para concurseiros de primeira viagem, mas analisando os atendimentos diários que faço no meu trabalho, pensei em escrever outro(s) texto(s) com dicas ou orientações sobre outros assuntos, pois mesmo com tanta informação disponível, as pessoas continuam sem conhecimentos básicos, que podem ajudá-las a resolver problemas simples do seu cotidiano, que vão desde onde procurar a informação, como também onde cobrar seus direitos. Para começar esta série de textos, vou falar um pouco das provas para eliminação de matérias. As pessoas buscam muito este tipo de avaliação, na qual, desde que atinjam as médias, eliminam todo o ensino fundamental ou todo o ensino médio. Para quem pretende eliminar o ensino fundamental - Ciclo II (antigo ginásio, 5ª a 8ª série, 6º ao 9º ano atualmente) poderá fazê-lo por meio do Encceja, que é uma avaliação de eliminação de matérias, ou seja, o candidato pode ir eliminando áreas (Linguagens e Códigos, Ciências da Nat...

Prainha de Santa Albertina e Águas Claras em Santa Fé do Sul

Quando conhecemos um lugar legal, bonito, sempre queremos contar, falar como era, as qualidades, o que vimos, o que gostamos, não gostamos. Estivemos recentemente visitando um amigo, que nos levou a conhecer alguns pontos turísticos de cidadezinhas próximas à cidade onde mora. Estivemos um Balneário na cidadezinha de Santa Albertina, mas conhecido como “Prainha”. O lugar tem uma praia de água doce, limpa, do Rio Grande (divisa com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul), com quiosques com churrasqueira, um restaurante e lanchonete, além da vista belíssima. Como fomos a este lugar em um feriado prolongado, havia muita gente por lá, claro, o barulho próprio de gente de cidade grande. Carros com som ligado muito alto, ferindo os ouvidos daqueles que não queriam ouvir o tipo de música, que o sujeito gosta! Segundo nosso amigo o lugar é muito tranquilo a maior parte do tempo, pois pudemos verificar que a maior parte dos carros era de outras cidades: São Paulo, Jales, Campinas, entre outra...

Dica de excursão cultural: Fazenda Ipanema

Procuramos lugares interessantes, bonitos, com história, cultura para visitar e ampliar nossos conhecimentos. Muita gente sai de sua região em busca de grandes centros, pois tem uma visão de que na sua região, no interior, não tem o que conhecer. Ledo engano! Visitamos recentemente a Fazenda Ipanema, localizada em Iperó, próxima a Sorocaba, estado de São Paulo. Fácil acesso pela Rodovia Castelo Branco, próximo a Boituva, ou ainda entrando pela mesma rodovia rumo a Iperó. Optamos pela primeira opção. Até o trevo, entrada da cidade de Iperó, fomos por avenida asfaltada, mas daí por diante, até a Fazenda, uma simpática estrada de terra, com chácaras dos dois lados. Está em boas condições, pois não chovia há bastante tempo. Ainda por cima enfeitada por belíssimas paineiras floridas em alguns pontos! Mas o que tem pra ver na Fazenda Ipanema? Muita coisa! Só a natureza presente no lugar já é um espetáculo, além de amplos espaços para andar, ir apreciando aos pouquinhos a paisagem, os ...