Fico
pensando em como tem gente analfabeto digital. Muitas vezes este tipo de
analfabeto tem inúmeros conhecimentos de outros assuntos, curso superior,
mestrado, entre outros, mas em questões relacionadas à tecnologia é
praticamente um ignorante.
Querem
ver um exemplo disto?
Pensem
em uma sala de audiência, onde se encontram várias pessoas da área jurídica.
Entre eles, claro, advogados, e outros envolvidos no processo.
Quem
está depondo, fica também atento ao que ocorre ao seu redor, ainda mais se a
pessoa em questão for observadora, inteligente e bastante conhecedor de
informática.
À
medida que vai depondo, sobre uma questão ligada à assédio, ouve o “digitador”,
perguntar ao advogado, porque o computador não reconhece o termo “assediando”.
Por que o computador deixa a palavra sublinhada de vermelho?
Discutem
os prováveis motivos. Pode ser que a palavra não exista!
Até
que alguém sugere “Se não existe, melhor usar só assédio mesmo”.
Será
que estas criaturas, que usam o computador diariamente nunca tiveram a
curiosidade de descobrir, por que isto ocorre? Será que nunca clicaram com o
botão direito do mouse sobre a palavra em questão e tentaram adicioná-la ao
dicionário do equipamento? Será que nunca buscaram uma gramática para descobrir
se há o referido termo ou não?
Isto
me assusta ao ver pessoas “da lei”, que leem tantos livros, que usam uma
verborragia legal nos discursos diante de leigos, não saberem coisas básicas
sobre a nossa Língua?
Além
de não terem a menor curiosidade com a língua materna, não possuem curiosidade
para conhecer melhor o equipamento, que usam diariamente? Não precisa se
transformar em um conhecedor profundo dos assuntos informáticos e seus
meandros!
Não
sou especialista em informática. Não fiz muitos cursos, mas o básico que
aprendi há cerca de 17 anos, mais a minha inteligência, minha curiosidade e
vontade de aprender, me fizeram continuar aprendendo a usar o equipamento,
resolver questões básicas sem ter que chamar outros a toda hora para me ajudar.
Aliás ajudo outros nestas questões!
Se
temos advogados e outros desta área sem esta curiosidade de melhorar a
utilização de um equipamento de seu cotidiano, será que sua curiosidade em
pesquisar os assuntos da área jurídica existe? Será que são pesquisadores de
sua área? Será que quando recebem um processo para analisar o fazem com
seriedade e curiosidade científica? Será que o fazem com ética e neutralidade?
Será que não se deixam influenciar pelo “ser invisível”, o Estado, que está a processar
um funcionário com mãos de ferro e apetite voraz de um leão faminto?
Como
estamos falando também de curiosidade e vontade de pesquisar, aprender, deixo
algumas frases para refletirmos sobre isto:
“A curiosidade é mais importante que o
conhecimento.” (Albert Einstein)
“Sem a curiosidade que me move, que me
inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino” (Paulo Freire)
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