Li, ainda há pouco, um texto que comenta os resultados dos alunos dos 9ºs anos de Portugal, que segundo a matéria foram os piores resultados em Português e Matemática, em um universo de mais ou menos 98.000 alunos.
Um dos entrevistados a respeito dos resultados, membro do governo, ainda dizia que estava comemorando os resultados apresentados pelo alunado, pois segundo ele as avaliações aplicadas estão a cada ano mais difíceis.
Uma professora de Português defende o aumento das aulas desta matéria, porque utiliza-se muito tempo do nono ano para o estudo de Camões e Gil Vicente, das obras “Os Lusíadas” e “Auto da Barca do Inferno”.
Após a leitura da matéria fiquei curiosa e passei à leitura dos comentários dos leitores... Qual não foi a minha surpresa, pois ao ler os dois primeiros, estampavam a culpa por este resultado ruim em português: culpa dos brasileiros! Sim, culpa nossa! Explico... dizem que os professores ficaram muito preocupados em ensinar as regras do acordo ortográfico e não deram a atenção devida à Língua.
Em outros comentários, claro, nada muito diferente do Brasil... a culpa é do professor! Lá como cá até o povo coloca a culpa no professor!
Mas um dos comentários que mais gostei, ri até quando o lia, um lusitano escreve em bom português, que a culpa dos péssimos resultados é das bestas dos filhos dos portugueses, que não estudam, que estão acostumados com facilidades.
Entre estes comentários há um muito interessante, que transcrevo abaixo.
“Onde há colheita sem haver sementeira?
Quem ensina é o professor e por sua vez quem aprende é o aluno. Ora, os exames e outras provas avaliam o que o aluno aprendeu. Entre a acção de ensinar e a de aprender, há muito em permeio. Há a cultura de exigência e acompanhamento das famílias, há a curiosidade, vontade e trabalho do aluno e algo mais. O que é contraproducente é imputar a responsabilidade de todo o processo apenas a uma das partes, isto é, aos professores. Foi o que o aconteceu nos últimos anos. Nestes anos a pressão sobre os professores para facilitar foi forte e evidente. Ao imputar responsabilidades apenas a uma das partes, folgaram as outras. A ideia que nada se consegue sem esforço e que isso é recompensador tem de ser novamente inculcada. Esta ideia deve começar a ser inculcada logo nos bancos da escola básica.”
Amigos professores, como vêem situação em outros países não é muito diferente da encontrada no nosso país. Mesmo em países com uma história tão antiga, europeus, os problemas são muito parecidos, como pode se depreender dos comentários, até mesmo lá as famílias se esqueceram do seu papel. Não importa se a criança é criada com os pais, avós, tios, se por um casal hetero ou homo, mas que ela seja acompanhada em sua vida escolar, que quando esta família estiver na escola, esteja por inteiro, não preocupada somente em assinar a lista de presença (para não ser enviada para o Conselho Tutelar), que quando estiver com a criança em casa, se interesse pelo trabalho dela na escola, sim trabalho, porque para estudar é preciso empenho, dedicação, tempo.
Acredito que muitos leitores, assim como eu, são filhos de pais analfabetos ou semi, mas que colocaram a Educação de seus filhos em primeiro lugar, sempre cobraram bons resultados na escola, porque a escola ia nos dar maiores possibilidades, mais perspectivas de sucesso.
De toda a minha família, incluindo primos e primas, fui a primeira a cursar uma faculdade, uma pós graduação; meus irmãos caçulas também estão no caminho, um deles cursou FGV, mesmo tendo estudado sempre em escola pública, agora está fazendo um MBA na mesma faculdade.
Meu esposo, também de origem humilde, estudante de escola pública, estudou sempre em faculdade particular, mas fez um mestrado em uma das melhores Faculdades particulares de São Paulo, na sua tese tirou 9,5! Isto tudo é fruto de trabalho, dedicação, muito estudo.
Acredito que nosso amigo português tem o mesmo sentimento que muitos de nós:
“A ideia que nada se consegue sem esforço e que isso é recompensador tem de ser novamente inculcada.”
Para saber mais sobre a matéria do site Português:
http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/resultados-dos-exames-do-9%C2%BA-ano-sao-os-piores-dos-ultimos-anos_1502763?p=2
Um dos entrevistados a respeito dos resultados, membro do governo, ainda dizia que estava comemorando os resultados apresentados pelo alunado, pois segundo ele as avaliações aplicadas estão a cada ano mais difíceis.
Uma professora de Português defende o aumento das aulas desta matéria, porque utiliza-se muito tempo do nono ano para o estudo de Camões e Gil Vicente, das obras “Os Lusíadas” e “Auto da Barca do Inferno”.
Após a leitura da matéria fiquei curiosa e passei à leitura dos comentários dos leitores... Qual não foi a minha surpresa, pois ao ler os dois primeiros, estampavam a culpa por este resultado ruim em português: culpa dos brasileiros! Sim, culpa nossa! Explico... dizem que os professores ficaram muito preocupados em ensinar as regras do acordo ortográfico e não deram a atenção devida à Língua.
Em outros comentários, claro, nada muito diferente do Brasil... a culpa é do professor! Lá como cá até o povo coloca a culpa no professor!
Mas um dos comentários que mais gostei, ri até quando o lia, um lusitano escreve em bom português, que a culpa dos péssimos resultados é das bestas dos filhos dos portugueses, que não estudam, que estão acostumados com facilidades.
Entre estes comentários há um muito interessante, que transcrevo abaixo.
“Onde há colheita sem haver sementeira?
Quem ensina é o professor e por sua vez quem aprende é o aluno. Ora, os exames e outras provas avaliam o que o aluno aprendeu. Entre a acção de ensinar e a de aprender, há muito em permeio. Há a cultura de exigência e acompanhamento das famílias, há a curiosidade, vontade e trabalho do aluno e algo mais. O que é contraproducente é imputar a responsabilidade de todo o processo apenas a uma das partes, isto é, aos professores. Foi o que o aconteceu nos últimos anos. Nestes anos a pressão sobre os professores para facilitar foi forte e evidente. Ao imputar responsabilidades apenas a uma das partes, folgaram as outras. A ideia que nada se consegue sem esforço e que isso é recompensador tem de ser novamente inculcada. Esta ideia deve começar a ser inculcada logo nos bancos da escola básica.”
Amigos professores, como vêem situação em outros países não é muito diferente da encontrada no nosso país. Mesmo em países com uma história tão antiga, europeus, os problemas são muito parecidos, como pode se depreender dos comentários, até mesmo lá as famílias se esqueceram do seu papel. Não importa se a criança é criada com os pais, avós, tios, se por um casal hetero ou homo, mas que ela seja acompanhada em sua vida escolar, que quando esta família estiver na escola, esteja por inteiro, não preocupada somente em assinar a lista de presença (para não ser enviada para o Conselho Tutelar), que quando estiver com a criança em casa, se interesse pelo trabalho dela na escola, sim trabalho, porque para estudar é preciso empenho, dedicação, tempo.
Acredito que muitos leitores, assim como eu, são filhos de pais analfabetos ou semi, mas que colocaram a Educação de seus filhos em primeiro lugar, sempre cobraram bons resultados na escola, porque a escola ia nos dar maiores possibilidades, mais perspectivas de sucesso.
De toda a minha família, incluindo primos e primas, fui a primeira a cursar uma faculdade, uma pós graduação; meus irmãos caçulas também estão no caminho, um deles cursou FGV, mesmo tendo estudado sempre em escola pública, agora está fazendo um MBA na mesma faculdade.
Meu esposo, também de origem humilde, estudante de escola pública, estudou sempre em faculdade particular, mas fez um mestrado em uma das melhores Faculdades particulares de São Paulo, na sua tese tirou 9,5! Isto tudo é fruto de trabalho, dedicação, muito estudo.
Acredito que nosso amigo português tem o mesmo sentimento que muitos de nós:
“A ideia que nada se consegue sem esforço e que isso é recompensador tem de ser novamente inculcada.”
Para saber mais sobre a matéria do site Português:
http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/resultados-dos-exames-do-9%C2%BA-ano-sao-os-piores-dos-ultimos-anos_1502763?p=2
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http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981-15230,00.html