Tenho uma sobrinha, muito querida, que vi nascer, crescer. Mas essa frase não é apenas força de expressão. Realmente acompanhei a gestação dela de perto, fui na maternidade quando ela nasceu, depois ia a casa dela visita-la todos os domingos.
Ela foi crescendo, durante muito tempo, praticamente até os cinco anos, ela vinha até minha casa praticamente todos os finais de semana, sempre quando a mãe ou a mãe e o pai precisavam, por algum motivo, sair. Houve um período em que meu irmão passou por algumas dificuldades, instalou sua eletrônica numa pequena área comercial, que havia em frente à casa que morávamos. Durante esse período, ela, criancinha, ficava muito em minha casa, disso decorriam as atividades inerentes a uma criança: dar banho, trocar roupa, dar mamadeira, fazer dormir, enquanto o pai dela trabalhava.
Ela ficou maior, mais ou menos cinco anos, mais independente, já sabia ir ao banheiro, se limpar, tomar banho, as visitas começaram a diminuir, porque a partir desse momento a mãe e as outras tias passaram a leva-la mais aos passeios da família, mesmo assim continuaram havendo visitas, até porque há o amor entre a família, que foi ampliado com a convivência, atenção, carinho, cuidado.
Mas chegou a adolescência, como é natural nessa fase, pois a psicologia explica, que nessa época os amigos, o grupo, toma uma importância muito grande na vida dos adolescentes, ou seja, torna-se o foco das atenções. O pertencer ao grupo, se parecer com ele, ouvir as mesmas músicas, frequentar os mesmos lugares, vestir o mesmo estilo de roupa, comer o mesmo tipo de comida, até coisas piores, como fumar, se envolver com drogas, acontece nessa época, devido à influência dos amigos.
Tudo isso o meu lado racional conhece, entende, sabe que é fato! O peso dos amigos na adolescência! Já vi isso acontecer com outros adolescentes da família, mesmo quando são boas amizades, ainda assim, nós, família, ficamos atentos.
No caso de minha sobrinha, agora próxima dos 15 anos, acompanho sua vida por meio do twitter, formspring.me, fotolog, orkut, por circunstâncias da vida, não moramos mais próximas, mas isso não quer dizer que deixei de me preocupar com ela.
Esse acompanhamento virtual tem me trazido surpresas, uma dela foi ler um texto dela, em um desses sites, onde ela faz uma retrospectiva do ano passado, não havia uma única palavra falando de mim, claro ela falava em um momento ou outro do pai e da mãe, mas de mim: NADA!
Como doeu ler tudo isso, como dói, ver que nessa fase somos, aos nossos adolescentes, “descartáveis”, afinal é “pagar mico” mostrar os sentimentos em relação à família.
Felizmente essa fase PASSA!!! Passará pra ela, passará para mim também, mas como dói!
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