Imagine-se
trabalhando em uma grande empresa. Bom, não é? Grande, com muita gente
trabalhando. Pessoas capazes, muitos técnicos, chefes planejando o cotidiano da
empresa e de seus funcionários para que tudo ocorra bem. Para que seus
processos se realizem de forma eficiente e eficaz.
Vamos continuar
imaginando?
Então imaginem
que o chefe maior, o executivo máximo desta empresa, não tem formação
específica na área de atuação da empresa. Esqueci de dizer! A empresa em
questão atua com algo muito específico, uma única área de atuação. Não produz
diversos produtos para abastecer o mercado. Trabalha com um “produto”, cujos
resultados dos investimentos virão a longo prazo.
Ainda falando do
chefe maior da empresa. Imaginem também, que ele veio de outra empresa, que
atuava também com algo muito específico, mas que nada, ou quase nada, tinha em
comum com a empresa, onde ele foi trabalhar. Recebeu um convite e... foi!
Imaginemos
também, que esta instituição tem outras filiais distribuídas pelo País.
Em tempos de
informática, internet, comunicação em tempo real, via whatsapp, Skype, hangout,
yammer, Messenger, que a comunicação seria rápida, clara, sem ruídos, o que
colaboraria para o PLA-NE-JA-MEN-TO.
Nesta
instituição se valoriza muito o planejamento, pois a palavra está presente nos
discursos de todos os chefes, sejam aqueles da matriz, ou aqueles das filiais.
A todo momento, em todas as comunicações, se resgata o termo, bem como a
necessidade e importância de se planejar. Ah, além de se planejar, divulgam o
quanto é importante agir, verificar se a ação deu resultado, replanejar diante
das informações levantadas, agir novamente, sempre buscando a qualidade.
Você deve estar
pensando que, mesmo sendo muito grande, com um nível de organização destes, com
tanta preocupação com o planejamento dos processos, tudo ocorra muito bem, ou
quase tudo, afinal perfeição não existe.
Esta instituição
divulga no início do ano um cronograma de trabalho para todos com os principais
eventos, que envolverão a todos. As reuniões, os seminários, as interações pela
internet, as capacitações das equipes para melhorar, cada dia mais, a atuação
destes funcionários.
Tudo muito bom,
não? Ou melhor, quase tudo! O chefe maior não entende muito da empresa, mas
está bem assessorado por todos os demais chefes e funcionários, que atuam há
bastante tempo na área e têm conhecimento da sua profissão, da sua função.
Vamos começar agora
a analisar ainda mais esta situação.
No decorrer do
ano aquele planejamento inicial, aquele cronograma de trabalho vai sendo
alterado. Importante replanejar, afinal todo planejamento precisa ser flexível,
me diria você, leitor! Também acredito nisto! Quantas vezes, em nossa vida,
revemos nossas prioridades, nossos
gastos, nossos planos e replanejamos!
Mas o que é
importante em um replanejamento? A própria palavra nos traz indicações a
respeito. Que ele ocorra antes da próxima ação, que todos sejam informados das
mudanças com antecedência para que também replanejem suas atividades, suas
prioridades, redefinam prazos, enfim, que respeitem os demais envolvidos nas
atividades meio e fim da dita Instituição.
Nesta empresa
não ocorria assim. As mudanças eram comunicadas na véspera. Compromissos
envolvendo grande número de funcionários cancelados ou postergados no final da
tarde do dia anterior. Novos eventos inseridos no cronograma da empresa ao
sabor da vontade de um dos acionistas!
Vamos continuar
imaginando?
Pensem também,
que esta mesma instituição realiza acordos salariais com seus funcionários, que
os mesmos são divulgados a todos, funcionários e comunidade em geral, que, com
o passar de meses ou anos, estes acordos, legalizados, são esquecidos, mudados
sem prévio aviso, mudados sem conversar com os envolvidos, ou melhor, sem ouvir
todos os envolvidos.
Já ia
esquecendo. Em toda empresa que se preze existem reuniões de trabalho, nas
quais são discutidos problemas, propostas soluções, definidas
responsabilidades, prazos, novas ações, nova data para avaliação. Como toda
reunião existe uma pauta pré-definida, que gerará uma reunião objetiva e
eficiente.
Nesta, nossa
empresa/instituição imaginária, também existem reuniões. Muitas reuniões! De
todo tipo! Com durações diversas, desde aquelas de uma hora, duas horas, cinco
horas... Muitas delas não têm pauta divulgada aos funcionários. Muitas também
não preveem a participação dos envolvidos, quando ela existe e se pedem
sugestões, as mesmas não são adotadas. Ouve-se, registra-se, escreve-se, atas
são elaboradas. Nas reuniões não se busca a objetividade, clareza nas
informações, nas orientações.
Não. Não sou
especialista em planejamento. Não tenho cargo de chefia. Nem quero ter! A
despeito disto, leio, me informo, observo! Mesmo tendo estudado, boa parte de
minha vida, em período, no qual não se falava em “formar o aluno crítico”,
desenvolvi minha criticidade, assim como muitos da mesma idade.
Você conhece
algo assim? Como seria trabalhar para esta instituição?
Não sabe?
Imagine...
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