Para
Leonor Segantine (in memoriam)
Muitas pessoas entram e saem
de nossas vidas, mas não são muitas, que deixam marcas duradouras em nosso
coração, em nossa História.
Tenho a sorte de ter
convivido, na minha família, com pessoas especiais pela pessoa que eram, pelos
exemplos de vida que deram, pelo carinho doado diariamente a todos os
familiares.
Nesta semana perdemos uma
destas pessoas. Uma tia muito querida por todos nós. Uma pessoa que, em vida,
sempre foi agregadora. Conseguia cativar as pessoas e desta forma tinha a casa
sempre cheia de sobrinhos, netos, amigos, cunhados, cunhadas, vizinhos.
Era rica? Não, não era. No
aspecto financeiro do termo não era. Era rica sim. De generosidade, carisma,
atenção, honestidade, religiosidade.
Terminou de criar os filhos
e educá-los sozinha. Todos eles honestos, bem como cuidam de suas famílias com
a mesma seriedade, atenção.
Ela teve problemas na vida?
Muitos!
Foi uma mulher extremamente
trabalhadora e batalhadora. Quando os filhos eram pequenos, cuidava da casa, o
que equivale a dizer: lavar, passar, cozinhar, limpar, plantar uma horta. Ainda
achava tempo para ter belas e bem cuidadas flores e frutas no quintal. Fazia
sabão, pois o meu tio, tinha açougue, por isto aproveitava tudo que poderia ser
reaproveitado.
Em certa época fazia tudo
isto, ainda cuidava da mãe, senhora muito idosa, que ficou acamada e sob a
responsabilidade dela.
Também neste período, um dos
filhos, um adolescente, ficou doente. Uma doença em uma das pernas, que durou
bastante tempo, o impedia de ir à escola, andar. Ela cuidou dele com todo o
carinho, amor e atenção, que uma mãe zelosa pode ter.
Sempre recebia a todos que a
procuravam com um sorriso no rosto e uma palavra de incentivo!
Mais tarde, intensificou sua
vida religiosa e a participação nas atividades da Igreja Católica da cidade.
Foi presidente do Apostolado da Oração por várias vezes seguida. Participava
das missas. Participava também da Pastoral Carcerária, indo, com outras
senhoras, até a Delegacia, onde conversava com os presos e doava um pouco da
atenção e das palavras de Jesus.
Além de tudo isto, que mais
lembro?
Lembro de sua casa, a
antiga, de madeira. Sempre impecavelmente limpa. Seus alumínios sempre
brilhando. Uma enorme caixa de água na área dos fundos, onde havia muitas
bolinhas de gude de todos os tamanhos, onde, uma vez por dia, entravam uns
raios de sol e faziam as bolinhas reluzirem e encherem os olhos das crianças de
admiração e vontade de tocá-las.
Lembro também do cheiro das
frutas no quintal. Do macarrão caseiro feito por ela. Das sopas deliciosas e
muito gostosas. Das imagens dos filhos, pintadas à mão, ainda crianças,
orgulhosamente expostas na sala.
Lembro das muitas vezes que
conversamos. Eu, jovem, com muitas dúvidas, problemas na família, recorria a
ela. Sempre ouvia dela bons conselhos. Ouvia frases do tipo “Vá em frente. Não
desista!”
Inúmeras vezes retornamos à
cidade, onde morava. Ficávamos na casa dela. Éramos recebidos com o mesmo
carinho, atenção.
Tenho registros de alguns
destes momentos. Os melhores momentos tenho registrado na alma, no coração.
Comentários
Minha vó sempre vai ser lembrada e servir de exemplo para todos nós.
Exemplo, de AMOR, FE, ACONCHEGO SIMPLICIDADE E FAMILIA.
Vó pra sempre te amaremos.
Com muita honra Simone Chiciuc neta e afilhada.
TE AMO pra sempre