Estas duas perguntas estão na alma e na mente dos
seres humanos desde os primórdios da humanidade.
Na atualidade somos muitas coisas... para o governo
somos números (CPF, RG, CNH, Título de eleitor, PIS, conta corrente...).
Para o presidente, governadores e prefeitos somos
pagantes... de impostos os mais variados (a maior carga tributária está aqui!):
IPVA, IPTU, ITBI, ICMS, ISS, COFINS, e tantos outros que pagamos sem saber.
Para estes e senadores, deputados, vereadores somos
apenas eleitores, quanto mais, melhor. Quanto mais alienados, melhor.
Para os bancos somos o número da conta corrente, dos
investimentos, possibilidades infinitas de nos endividar: empréstimos
pré-aprovados, financiamentos, mais uma vez viramos números, os muitos números
que virão nos juros por trás de cada um destes produtos.
Para os convênios médicos somos números e pagantes,
descartáveis, quando não mais pudermos pagar pela “qualidade” da saúde que
vendem.
Hoje, durante visita a uma médica, enquanto aguardava,
na recepção, pela consulta marcada há uns 3 meses ou mais, fiquei lendo as
revistas (não muito velhas), ouvindo conversas ao telefone de outras pessoas
que, como eu, aguardavam, conversas da recepcionista (uma mocinha serelelepe,
baixinha, olhar assustado, corre pra lá, pra cá, atende o telefone, aciona o
portão eletrônico, acessa o netbook, atende aos médicos... ufa! Já cansei só de
falar!). Ouvindo estes atendimentos, em dado momento, consegui direcionar minha
atenção para certo diálogo dela com a médica, que me atenderia minutos depois.
A eficiente recepcionista passava para a médica uma
relação das próximas consultas, mas não ouvi nomes, de pessoas. O que ouvi foi
o seguinte... “A senhora tem agora: um PREVER, um IAMSPE (este era eu), um
UNIMED, outro PREVER...”
Nós, pessoas, nos transformamos nisto: placas de
empresas de convênios médicos. Não somos pessoas, que ficam doentes, sentem
dores, sentem medo, precisam do médico para consultá-las, conversar com elas,
esclarecê-las.
No final das contas somos também números... um número
na ficha do convênio, um número de um protocolo de atendimento, que autorizará um outro número (o dos
honorários médicos).
Enfim, senhores e senhoras, somos números, nada mais
que números!!!
Comentários
Não sei bem, mas que deveríamos ter mais respeito.