A tecnologia
transforma hábitos, costumes. Assim foi com a televisão, que ao chegar nos
lares causou profundas mudanças nos costumes das famílias brasileiras, aos
poucos, uma revolução silenciosa se passava em frente e ao redor dela.
Vivi(emos)
isto. Na minha infância, antes da Tv, nos reuníamos, eu, meu pai, mãe e irmãos,
e rezávamos o terço todas as noites, família católica, praticante, era de lei.
Depois da tv, passamos a rezar antes do jornal e da novela, por algum tempo,
mas ela, esta jovem reluzente, sedutora, foi se achegando, nos aproximamos.
Como naquele tempo uma das poucas famílias da rua que tinha televisão era a
nossa, os vizinhos e seus filhos lotavam nossa humilde sala, onde a tv era o
centro, para assistir a novela.
O
tempo passou e as pessoas foram comprando as suas televisões. Nossa sala se
esvaziou. Sobrou nossa família, mas agora sem o terço habitual, nem os
vizinhos, sem a conversa. A televisão continuou ali. A programação sendo ampliada,
os filmes de caubói, os primeiros programas infantis, nosso tempo diante dela
aumentando a cada dia, mesmo assim não deixávamos os deveres da escola e os de
casa.
Algum tempo se passou, chegou o computador.
Tanta novidade, que precisei fazer um curso para aprender a utilizá-lo. Nesta
época eu, casada, recebia em casa meus irmãos caçulas para usar o computador,
na verdade para instalar jogos os mais variados, jogar (claro deixar alguns vírus...).
Um deles chegou a fazer curso de informática, o outro não. Adivinhem quem
seguiu carreira em uma empresa de informática???
Mais
tarde, minha sobrinha (agora adolescente), que ficava muitos sábados e domingos
na minha casa, sentava-se no meu colo, eu ia deixando-a bater com aquelas
mãozinhas pequenas, gordinhas, no teclado do PC, enquanto eu jogava paciência
ou fazia alguma outra coisa. Resultado: ela é viciada em computador. Adora!
Reprovou um ano por conta disto. Ficava horas e horas na internet, até de
madrugada, falando no msn, no twitter, etc. etc.
Assim
como ela, muitos outros adolescentes aficionados pelo computador, claro, pela
internet, utilizam-na para “pesquisas” escolares. Digo pesquisas entre aspas,
pois a maioria digita no Guru Google o assunto, pega o primeiro site que
aparece, seleciona o texto, cola no word, coloca o próprio nome, turma e
entrega ao Professor.
Mas
este hábito não é exclusividade de adolescentes. No nosso cotidiano
presenciamos isto. Ontem mesmo ao ler um jornal da região, um “on line”,
resolvi acessar o “caderno” de empregos. Vi uma vaga, que pedia alguém com
experiência e de preferência com técnico em turismo ou com experiência em
turismo. Até aí, nada de estranho, nem diferente, nem anormal. Continuei
passando os olhos pelas vagas, analisando mentalmente o mercado de emprego, até
que uma coisa me chamou a atenção. Parei, li, reli. Não aguentei! Caí na
gargalhada!!! O que dizia o anúncio?
“01 AÇOUGUEIRO (Com experiência na
função)(Com experiência na função ou Curso de Turismo)”.
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