Já vi
diversas vezes pessoas, que encontraram “coisas” na comida em restaurantes. Eu
mesma já vivenciei esta experiência algumas vezes. Já vi amigos, durante
almoços, durante a semana, nos quais íamos em um pequeno grupo passarem por isto também.
Você
que está lendo, pode estar pensando “Será? Isto não acontece com tanta
frequência.” Ou então “Só acontece em cidades pequenas em infraestrutura, sem
grandes restaurantes.” ou ainda “Isto só acontece em cidades sem vigilância
sanitária”.
Vamos
provar, neste texto, que isto não é tão raro, que ocorre em cidades de médio,
grande porte.
Morei
em uma cidade do Grande ABC durante quase duas décadas. Durante certa época
trabalhei bem próximo do centro da cidade, onde íamos almoçar, frequentemente,
em um grande restaurante localizado em uma grande e movimentadíssima avenida.
Começamos,
por necessidade, a comer no único restaurante mais próximo do nosso local de
trabalho. Não demorou muito e passamos por estas experiências desagradáveis de
encontrar seres e objetos indesejados na comida.
Certa
vez estávamos em um grupo de umas quatro ou cinco pessoas. Todos nos dirigimos
ao balcão quente, nos servimos, em seguida, nos servimos de saladas. Começamos
a almoçar e uma garfada aqui, uma risada, outra garfada, um comentário, uma piada... De repente uma
colega olha horrorizada para o prato! O que ela viu? Um grande “bigato” saindo
da salada! Um dos amigos, mais
explosivo, já chamou o dono, contou o que houve, em alto e bom som, e mostrou o
habitante encontrado na salada. O proprietário pediu mil desculpas e não cobrou
o almoço da colega, claro.
Tempos
depois, no mesmo restaurante, mais ou menos o mesmo grupo feliz naquele horário
sagrado do almoço e do “relax”. Mesmo ritual: balcão quente, salada, carnes.
Todos ao redor da mesa. Conversa vai, conversa vem. De novo! Comigo! Não, desta
vez não foi uma larva. Desta vez encontrei um longo cabelo preto enrolado na
couve refogada. Novamente nosso amigo, chamou um dos donos do estabelecimento,
contou o ocorrido, em bom e audível som. Mostrei o cabelão. O comerciante pediu
mil desculpas, alegou que o cabelo poderia ter caído no momento, em que as
pessoas se serviram, pois eles, funcionários, tinham o maior cuidado com a
higiene das hortaliças.
Por
falta de opções continuamos almoçando no mesmo lugar, mas acho que os donos do
restaurante passaram tanta vergonha, que a higiene melhorou, daí por diante não
tivemos mais este tipo de aborrecimento.
Mudei
de cidade e comecei a frequentar certo restaurante perto do meu novo local de
trabalho. Passou certo tempo, o local passou por reformar, ficou tempos
fechado. Quando retornou a funcionar, claro, voltei a frequentá-lo. Estava mais
claro, mais bem iluminado, com uma estrutura melhorada, atendimento idem.
Você
poderia pensar “Com tudo isto, não aconteceria nada errado neste lugar.”
Eu
também pensava assim. Um dia, almoçando sozinha, passei pelo balcão térmico,
peguei minha comida, em seguida a saladinha, a carne, pesei tudo e fui feliz
para a mesa, aproveitar este momento de deleite gastronômico. Que aconteceu? De
novo encontrei um cabelo na comida. Respirei fundo. Chamei a garçonete. Contei
o que aconteceu. Mostrei o cabelo. Ela pegou o prato e o cabelo e foi conversar
com a filha do proprietário. Em seguida levou o prato embora. Retornou e veio
me perguntar se eu gostaria de me servir novamente. Rapidamente olhei para ela
e perguntei se havia mudado toda a comida do balcão, pois se era a mesma não
adiantaria. Havia perdido o apetite!
Hoje, de
novo, em outro restaurante, um mais “chique”, bem conhecido na cidade, fui
almoçar. Por dois motivos: estava com fome e fazia tempo, que não almoçava no
referido estabelecimento. Me servi, como de costume, mas desta vez caprichei
mais na salada. Peguei uns brotos, que gosto muito. Peguei uma porção de brotos
de feijão, que gosto muito, outra porção de outros brotos e outros alimentos
quentes. Fui para minha mesa, comecei a comer vagarosamente, seguindo os
conselhos de minha amiga, Regina. Comecei por onde? Pelas saladas. Comecei a
mastigar os brancos e tenros brotos de feijão. Me servi em pequenas garfadas.
Uma garfadinha. Mastiguei. Outra garfadinha. Mastiguei. Mais uma garfada.
Comecei a mastigar... senti algo raspando minha garganta! Segurei a “coisa” com
os dentes e peguei-a com meus dedos. Olhei-a fixamente! O que era? Um araminho,
encapado de plástico branco, de fechar embalagens plásticas, comuns em
embalagens de pães, por exemplo. Havia pedido um suco, neste momento, chegou a
mocinha com ele. Entregou o suco e já disparei “Quero fazer uma reclamação!”.
Peguei o araminho, mostrei para ela, dizendo que havia encontrado aquilo no
meio dos brotos de feijão. Ela imediatamente pegou o objeto, levou até o
balcão, conversou com outras pessoas, mas não retornou até minha mesa. Terminei
de comer, me levantei, quando estava próxima da porta a mesma mocinha, se
aproximou e pediu mil desculpas, disse que o meu almoço seria cortesia do
restaurante. A cortesia incluiu até um
chocolate!
Fico
imaginando se eu tivesse engolido o tal do arame? O que isto poderia ter me
causado?
Por
que conto estas coisas? Porque pelo exposto vemos que a higiene nos
estabelecimentos, que vendem e manuseiam produtos alimentícios precisa ser
melhorada!
Se em
estabelecimentos grandes e muito frequentados acontecem as situações relatadas,
imaginem em outros menores...
Deixo
também aqui algumas perguntas para nos questionarmos: onde estão os órgãos de
vigilância sanitária? O que estão fazendo? E os proprietários destes
estabelecimentos? Se optaram por trabalhar com produtos alimentícios manipulados
diariamente, por que não se preparam e preparam adequadamente suas equipes para
não ocorrer estas situações?
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