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Mostrando postagens de março, 2013

João Delfiol Construções

João Delfiol Construções

RETROSPECTIVA DO BLOG

Criado com o Padlet

O que fazemos ante uma folha em branco?

Talvez a observemos longamente, tal como o viajante olha a esfinge do Egito, que interroga a todos com a célebre frase “Decifra-me ou devoro-te!”. Na infância, quando estamos nas séries iniciais, esta folha em branco amedronta, parece que faz sumir tudo que antes povoava nossos pensamentos, imaginação.  Alguém passou, nesta fase, pela atividade “descrição à vista de uma imagem”? A Professora segurava uma figura, grande, com uma cena, uma imagem, pedia para descrevermos, escrevermos, o que estávamos vendo. O que será que eu via? Não me lembro, mas lembro da Professora, nada simpática, segurando esta gravura, esperando enquanto nós, crianças, segurávamos os lápis, nossos olhos procuravam pelo silêncio da sala de aula as idéias que não vinham. Muito mais tarde passei pela experiência do vestibular. Claro, tinha redação. Não me lembro o tema, nem o que escrevi, mas devo ter ido bem, porque na época passei em 13º lugar, no curso de Letras, para uma turma de 40. Nunca fiz cursinho

Marcas na alma

Existem pessoas que marcam nossas vidas, seja por uma boa ação ou por uma não tão boa assim. Felizmente em minha jornada pela vida, que não é tão longa assim, encontrei mais pessoas boas, que de alguma forma me deixaram boas lembranças, marcas indeléveis, que ficaram na minha mente, no meu coração. Poderia aqui, fazer uma lista destas pessoas, mas quero falar de uma pessoa especial, que em breve se aposentará, nosso convívio deixará de ser diário, mas a amizade continuará, tenho certeza. Esta pessoa conheci em 2010, em uma situação profissional, inusitada para mim. Além de ser uma situação nova, a cidade era nova, poucos (quase nenhum) rostos conhecidos, me sentia estrangeira, meio perdida, além da falta da família, pois  parte dela havia ficado em outra cidade, onde antes eu residia. Nesta nova cidade, fui impelida a me inscrever para atuar na Supervisão de Ensino, uma das funções, que até o momento, nunca havia exercido, nem pensado em exercer, porque anteriormente trabalhava

Luz ofuscante

Aqueles irmãos, como todos de sua época, cresceram ouvindo histórias nas rodas de conversa da família, ora ouvindo os tios, ora ouvindo avós. As conversas sempre aconteciam depois da “janta”, enquanto as mulheres lavavam as panelas, os homens e as crianças sentavam para jogar conversa fora. Nessas horas as histórias eram muitas, da família, dos conhecidos, dos amigos, dos vizinhos, reais, fictícias. Podiam ser de assombração também! As crianças sempre ouviam e não perdiam um só detalhe, mas o problema era dormir depois das histórias de lobisomem, saci, mula sem cabeça e tantas outras. O risco era mijarem na cama de tanto medo ao menor sinal de sombras se movendo pela parede do quarto, iluminado apenas pela luz titubeante do lampião ou da lamparina, comuns naqueles tempos em que energia elétrica ainda nem era sonho nesse noroeste do Paraná. E os irmãos? Filhos de italianos, também se casaram e foram morar com suas esposas onde? Na colônia do pai, onde cada filho tinha sua casa. As

Geração das crianças e adolescentes que mandam nos pais

No nosso cotidiano temos visto uma inversão de valores, inversão de papéis nas famílias, sejam elas compostas de mãe e filhos, pai e filhos, avó e netos, não importa a composição da mesma, mas o papel dela na vida das crianças e dos adolescentes. Vemos crianças, cujos desejos, vontades são todos satisfeitos pelos pais ao menor sinal de choro ou de birra, seja em casa, no corredor de uma loja de brinquedos ou no corredor das guloseimas em um supermercado. Vemos também adolescentes, que mandam eu seus pais, dizendo onde vão estudar, que roupa vão vestir, que corte de cabelo ou piercing, tatuagem ou cor de cabelo usarão, ou ainda com quem irão morar, se vão estudar ou não não... Estes adolescentes criados desta forma saberão respeitar regras, normas na escola ou no trabalho? Saberão respeitar as normas da sociedade? Nossa primeira convivência social acontece na família, posteriormente na escola, no trabalho. Se é na família que ela começa, quem deve iniciar a criança nas normas

Ler e conhecer o mundo e outros mundos

Relendo alguns documentos no computador, reencontrei um texto, uma carta. Uma carta que escrevi, em 2010, após uma visita na Bienal do Livro de São Paulo, de onde trouxe um presente, um livro, para uma aluna. Uma senhora que fazia aulas particulares comigo. Queria muito aprender a ler. Segundo as palavras dela “Eu não sei ler. Eu não entendo o que leio. Não consigo ler um livro, porque não entendo quase nada!” Nossas aulas não tinham um plano definido, como era de se esperar, pois em sala de aula isto é necessário. Eu ia adaptando minhas aulas aos interesses dela, pois uma mulher adulta, trabalhadora, tinha necessidades diferentes de um adolescente. Fui assim, tentando, aos poucos, testando, inventando, criando, recriando, buscando, desta forma, vencer a maior dificuldade da aluna: a certeza inabalável de que não sabia ler, que não entenderia os livros. Usei vídeo filmagem para ela se ouvir lendo. Usei livro didático em alguns momentos. Em outros usei panfletos da loja dela. Us