Estamos
às vésperas do “fim do mundo” previsto para 21/12/2012. Já se falou muito sobre
o assunto, que é uma previsão do povo Maia, que, segundo alguns estudiosos, não
prevê o fim do mundo, mas de um ciclo, etc, etc., por isto não vou entrar em
mais detalhes, pois estamos sendo bombardeados por inúmeras informações a
respeito, até mesmo uma minissérie global já utilizou este tema.
Mas
existem outras situações parecidas? Na sua família tem alguma história sobre o
assunto?
Na
minha sim. Há muitos, muitos anos atrás, quando meus pais moravam em uma
colônia da família, no interior do Paraná, cruzou os céus um ser inominável,
desconhecido, misterioso. Este ser cruzou silenciosamente o vasto céu azul,
deixando atrás de si somente um rastro longo e reto, que marcou os céus por
longos minutos.
Este
risco enorme, comprido, a perde de vista aterrorizou as mulheres da família,
que lavavam roupas calmamente em um riacho que cortava a propriedade da
família. Todas as mulheres olharam para o céu, o susto foi indescritível, logo
cuidaram de correr para casa, chamar seus maridos na roça pois... o mundo iria
acabar! Os sinais eram claros, estavam escritos no céu.
Esta
não é a única história!
No
final da década de noventa, em viagem de férias ao Paraná, em conversa com uma
tia, soube de uma prima que estava meio abalada, porque circulava na região o
boato de que o mundo iria acabar no ano 2000! Isto, segundo soube, era falado
até em algumas igrejas da região.
Quais
histórias existem sobre o fim do mundo na sua família? Converse com os mais
velhos, pois, tenho certeza, que encontrará algumas.
Até
mesmo os poetas utilizam o fim do mundo como pretexto para suas obras. Abaixo
um poema de João Cabral de Melo Neto:
O Fim do Mundo
" No fim de um mundo melancólico
os homens lêem jornais.
Homens indiferentes a comer laranjas
que ardem como o sol.
Me deram uma maçã para lembrar
a morte. Sei que cidades telegrafam
pedindo querosene. O véu que olhei voar
caiu no deserto.
O poema final ninguém escreverá
desse mundo particular de doze horas.
Em vez de juízo final a mim me preocupa
o sonho final. "
os homens lêem jornais.
Homens indiferentes a comer laranjas
que ardem como o sol.
Me deram uma maçã para lembrar
a morte. Sei que cidades telegrafam
pedindo querosene. O véu que olhei voar
caiu no deserto.
O poema final ninguém escreverá
desse mundo particular de doze horas.
Em vez de juízo final a mim me preocupa
o sonho final. "
Poema do site: http://nusingular.blogspot.com.br/2006/10/o-fim-do-mundo-poema-de-joo-cabral-de.html,
acesso em: 17/12/2012.
Comentários
Nós deixamos de perceber os ciclos da Natureza, nos prendemos ao ciclo do relógio que é implacável, pois não nos mostra as cores da flores e as luzes dos céus, assim como os vôos dos pássaros em cada ponto ao nosso redor e ao longe...
E os ciclos que estão além do alcance da percepção imediatista acaba se tornando algo fantástico e amedrontador...
Chegará um tempo em que a artificialidade da vida que levamos poderá nos dissociar da Natureza e até o amanhecer nos assustará?