A folha em branco. No meu caso a folha virtual, na
tela do meu PC, esperando pacientemente para ser preenchida. Mas preencher com
o quê? De onde vêm as ideias? Como começamos a escrever um texto? De onde os
escritores tiram a inspiração para suas criações?
Todos eles, os escritores, já se depararam, em algum
momento do seu processo criativo, com uma folha em branco, com a falta de
inspiração para redigir uma crônica, um conto, um romance.
Muitos deles já escreveram a respeito disto. Da
inspiração. Das ideias. Em alguns casos, a inspiração vem da observação atenta
do cotidiano, o homem observando o homem. O homem comum, que pega ônibus, que
trabalha, que chora, que torce pelo seu time, este homem que anonimamente faz
histórias diárias, sejam elas tristes ou alegres. Histórias que viram crônicas!
Há aqueles escritores que fazem da História
inspiração para a escrita de romances, ficção científica. Vejam o Saramago, que
usa nas suas histórias ficcionais personagens da História. Lembram do Memorial
do Convento e do Frei Bartolomeu de Gusmão e sua Passarola?
Há aqueles, como Gabriel García Márquez, que
obtiveram a inspiração nas histórias e pessoas da própria família, confissão
feita pelo autor no livro “Viver para contar”, no qual relata histórias
familiares e personagens que o
inspiraram. Segundo Márquez, este deveria ter sido seu primeiro livro!
E João Cabral de Melo Neto, que em um depoimento,
disse que imaginava que quando se aposentasse teria mais tempo para escrever,
porque escrevia nos intervalos, mas que percebeu, ao se aposentar, quando todas
as horas ficaram vagas, não tinha mais estímulo para escrever!
Cada um a seu modo, nutria sua arte de alguma forma:
dos acontecimentos do cotidiano, das histórias de família, da criatividade
“espremida” que brotava na falta de tempo.
Todos os escritores, inclusive estes que citei, com
certeza algum dia ficaram inertes olhando uma folha em branco e pensando no que
escreveriam. Isto tem até um nome: síndrome da folha em branco!
Sentei-me diante da tela do meu netbook, comecei este
texto “A folha em branco” sem saber muito bem para onde iria... Mas ao escrever
a primeira frase, em seguida o parágrafo todo, questionando, perguntando, elas,
as perguntas, foram burilando minha mente, minhas lembranças de leituras foram aflorando,
como que saindo magicamente de uma caixa até então fechada!
É assim, das nossas vivências, das nossas histórias,
das nossas leituras, preenchemos a folha em branco do netbook, a folha em
branco da redação solicitada pelo professor.
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